domingo, 7 de setembro de 2008

INDUSTRIALIZAÇÃ

APOSTILA DE INTRODUÇÕES GERAIS






DISCIPLINA: TECNOLOGIA DA CONFECÇÃO





2º SEMESTRE DE TECNOLOGIA E DESIGN EM NEGÓCIOS DA MODA



DOCENTE: Gisele Costa Leme (MR)




CONFECÇÃO



7.1 INTRODUÇÃO(1)

Com o advento da revolução industrial no século 18 e as partes intercambiáveis, a produção passou, da era do artesanato para a era da produção em massa. Já em fins dos anos 40 começou a surgir uma nova era hoje denominada Produção sob Medida em Massa. Ela toma o melhor da era do artesanato, onde os clientes tinham os produtos manufaturados sob suas especificações, mas somente uma elite podia adquirí-los, com o melhor da era da produção em massa, quando todos podiam ter o mesmo produto, porque era acessível.


Os sinais desta mudança nos Estados Unidos.
Os clientes não toleram mais produtos ou serviços abaixo do padrão. Não estão tolerando ficar em filas e serem ignorados por caixas de banco, recepcionistas de hotéis ou outros provedores de serviços.


Os consumidores querem maior variedade.
Os consumidores não querem mais pedir produtos e serviços, e esperar por semanas para seu recebimento.


A era da produção sob medida em massa.

É tempo de mudar o modo pelo qual as organizações de fabricação e de serviços operam. Tal como a era do artesanato foi substituída pela era da produção em massa, esta está sendo substituída pela era da Produção sob Medida em massa. Sem confundir a produção sob medida em massa com aquela feita sob encomenda, os produtos sob medida ainda podem ser fabricados relativamente em grandes quantidades; entretanto, cada item deveria ser ligeiramente diferente, baseado nas necessidades e desejos do consumidor final.

Esse novo processo de fabricação tem sérias limitações, que estão sendo superadas. Para alguns fabricantes de roupas, o termo “sob medida em massa” significa fabricar roupas que foram previamente alteradas para vestir um indivíduo. Uma tecnologia potencialmente capaz para esse método de criar produtos individualizados é o “body scanning” ou “exploração do corpo”. Desta forma, medidas críticas são então extraídas da imagem digital e transferidas para um sistema de alteração de moldes.


A classificação das pessoas quanto à moda do vestuário(2)

As pessoas podem ser classificadas em quatro classes, a saber, os inovadores da moda (os estilistas), os líderes de opinião, os comunicadores de inovação e por fim, os seguidores.

Os inovadores de moda são o primeiro grupo a tentar os novos estilos quando a moda muda. Gostam de experimentar novos estilos, mas podem não gostar de dar a última informação sobre a moda em seu grupo. Eles não gostam de se igualar a outros e tratam de agir diferentemente das normas sociais correntes. Visam ser socialmente seguros, são auto confiantes, gregários e afiliados.

Os líderes de opinião podem não se desviar das normas sociais correntes e fazer mais modificações nos novos estilos, com referência às normas correntes. A importância dos líderes é que eles servem como uma imagem, influenciando outros para vestir novos estilos.

Os comunicadores inovadores de moda são uma mistura de inovadores de moda e líderes de opinião. Eles gostam de experimentar novos estilos e espalhar informação sobre moda nos grupos a que pertencem. Eles tendem a conceber suas famílias como estando numa opinião superior às outras, e a ser altamente sociáveis e ativos.

Os seguidores da moda aceitam sugestões e o gosto dos líderes, e tentam segui-los. Raramente confiam na mídia para obter informações sobre moda. Eles dependem mais da influência pessoal, isto é, dos líderes de opinião.



7.2 AS PRINCIPAIS ETAPAS DA CONFECÇÃO

A confecção pode ser um processo de produção muito complexo, que chega a compreender doze etapas, como indicadas a seguir: Estilismo – Modelagem – Confecção de peça piloto – Aprovação da peça piloto – Graduação dos tamanhos (modelagem) – Encaixe – Controle de Qualidade das matérias-primas – Enfesto e corte – Separação e preparação – Costura – Acabamento – Controle de Qualidade dos produtos acabados – Revisão e Embalagem. Vejamos com alguns detalhes as principais etapas.


7.2.1 O estilismo

O estilista é o profissional que desenvolve os modelos das coleções de uma confecção, deve trabalhar em conjunto com o profissional da modelagem e a piloteira, para que juntos estudem a possibilidade e viabilidade dos modelos desenhados. O estilista antes da elaboração dos modelos deve verificar os equipamentos, matéria-prima e aviamentos disponíveis, para evitar produtos inviáveis na produção.

É comum enviar-se os estilistas ao exterior, para visitar os centros da moda para estudarem suas tendências, conhecerem os novos tecidos e as cores que serão usadas na nova estação. Nestas viagens os estilistas procuram trazer fotografias de novos modelos ou comprar seus desenhos, para serem usados no programa de produção para a nova estação.

Para o leigo, o trabalho do estilista termina aqui. Na verdade, ele costuma começar aqui, porque ele deve se preocupar com o conforto de uso da nova peça criada. Existem três classificações para o estudo das propriedades do conforto: o psicológico, o físico e o fisiológico. Fatores psicológicos incluem cor, o estilo agradável, a forma adequada, a moda e a conveniência para a ocasião em que será usada.

As características físicas das fibras e dos tecidos, como gramatura, padronagem, número de fios, cobertura do tecido, densidade, porosidade e permeabilidade ao ar, podem ser determinados, e os efeitos da vestimenta na transferência de calor podem ser medidos em termos de valores de isolação.

O desconforto fisiológico foi classificado em três subgrupos: o sensorial, o termofisiológico e o caimento da confecção. O domínio do desconforto sensorial inclui o sentido do tato do tecido junto à pele, reação alérgica (diz-se que muitas pessoas são alérgicas à lã, entretanto a causa não é a fibra da lã, mas a penugem de fibras curtas, grossas e duras, que causa esta alergia), abrasão da pele, coceira, comichão, fibras soltas, a tendência do tecido úmido de aderir à pele, e a impressão inicial de frio. A reação termofisiológica inclui a percepção da temperatura do meio ambiente (por exemplo muito frio, muito quente), e o efeito do transporte da transpiração. O caimento da confecção pode ser dividido em dois grupos: a impressão da peça estar apertada em todo o corpo, ou de estar apertada só em certas áreas.

O corpo sente-se confortável quando a temperatura da pele está entre 33 a 35 oC, e não está coberta de suor. A roupa que permite que estas condições se mantenham quando o meio ambiente se modifica e quando o nível de atividade aumenta, satisfará às exigências básicas (desde que outros fatores estejam ausentes, como irritação da pele, aderência do tecido molhado à pele, etc.). Portanto, a principal função de uma roupa é agir como uma proteção para essas alterações do meio ambiente, e permitir que a pele não esteja coberta de água.(4).

Para visualizar melhor o problema do fator de desconforto (“d”) daremos o exemplo de um homem locomovendo-se num dado meio ambiente, carregando uma certa carga, modificando sua vestimenta, caminhando com diferentes velocidades em diferentes aclives (ver Tabela 7.1).

Tabela 7.1 – Variações do fator de desconforto “d” de uma pessoa sob diferentes condições(5)

Homem: 70 kg, 173 cm de altura, temperatura inicial do corpo = 37 ºC
Clima: 25 ºC, 60% umidade relativa, velocidade do vento = 0,5 m/s.
Atividade: caminhando sobre superfície mais ou menos macia (h = 1,1)

Linha no
Atividade
Vestimenta
Massa de roupa
(kg)
Desconforto térmico (“d”)
Funções do corpo
Velocidade da caminhada (km/h)
Carga da mochila (kg)
Aclive (%)
Rc(*)

m2 . h
W
Re(*)

m2 . mbar
W
im(*)
Temperatura após 60 min
Pulsações após
60 min
1
5
-
-
0,209
0,183
0,69
3
0,54
38,2
123
2
5
15
-
0,209
0,183
0,69
3
0,66
38,4
135
3
5
15
-
0,147
0,124
0,71
2.2
0,37
38,2
122
4
5
15
6
0,147
0,124
0,71
2.2
0,68
38,6
184
5
4
15
6
0,147
0,124
0,71
2.2
0,47
38,4
142
6
4
-
4
0,209
0,183
0,69
3
0,55
38,2
130
7
4
-
4
0,209
0,215
0,58
3
0,65
38,3
134

(*) Rc = Isolação térmica da roupa.
Re = Resistência à permeabilidade ao vapor d’água.
im = Índice da permeabilidade ao vapor d’água.


Na primeira linha o homem caminha no plano sem a mochila, na velocidade de 5 km/h. O vestuário foi otimizado e funciona bem. É claro que, ao caminhar rápido com o terno completo, o corpo aquece-se, mas seu fator de desconforto, d = 0,54, está um pouco abaixo do limite, que é de 0,6. O homem nota que ele vai suar.

Na linha 2 o homem está com a mochila pesando 15 kg, o que aumenta o consumo de energia. Imediatamente o fator de desconforto ultrapassa amplamente o limite de d = 0,6. Ele vai reagir de alguma forma. Ele tira seu paletó.

Na linha 3 as condições resultantes Rc (isolação térmica da roupa) e Re (resistência à permeabilidade ao vapor d’água) diminuem. Imediatamente há um recuo do desconforto, para d = 0,37.

Na linha 4 nosso homem percorre um aclive de 6%, aumentando seu consumo energético. Com isto ele sofre grande desconforto. Na prática ele sabe que não vai agüentar esta situação por muito tempo.

Na linha 5 ele diminui a velocidade da marcha para 4 km/h e imediatamente melhorou o desconforto térmico para d = 0,47.

Até aqui só se alterou a roupa, tirando o paletó, variando assim o isolamento térmico. Porém, a influência do índice de permeabilidade ao vapor d’água sobre o conforto é mostrado nas linhas 6 e 7.

Nas linhas 6 e 7 nosso homem vestiu novamente o paletó, tirou a mochila e subiu um aclive com somente 4% de inclinação. Nestas condições ele chegou próximo ao limite do desconforto, uma vez que suas vestimentas funcionavam bem.

Na linha 7 sua vestimenta não é tão boa, com um índice de permeabilidade ao vapor d’água do tecido, inferior, imt = 0,25, nas linhas anteriores o valor de imt era de 0,35 (Índice de permeabilidade ao vapor d’água dos tecidos). Agora ele já não agüenta mais caminhar com esta roupa.

Além da determinação do fator de conforto “d”, a fisiologia da vestimenta pode prever a variação da temperatura do corpo e da freqüência da pulsação da pessoa em dadas condições de trabalho. Nas duas últimas colunas da Tabela 7.1 são apresentados estes valores após 60 minutos de caminhada. Parte-se do princípio que a região de conforto termina na temperatura do corpo humano de 38,2 oC, havendo o perigo de colapso térmico com o aumento da temperatura. Por sua vez a freqüência do pulso atinge seu limite razoável quando alcança 180 pulsações por minuto.



A função fisiológica da vestimenta

Já vimos que os tecidos têm por função o isolamento térmico e a resistência à passagem de umidade, que deve ser pequena, para apresentar um índice de permeabilidade ao vapor (im) grande. A isolação térmica obtém-se facilmente pela retenção de bolsões de ar entre as fibras e os fios dos tecidos. Mais difícil é obter-se um valor im elevado, quando os tecidos são acabados com resinas, são lamelados ou laminados.

O isolamento térmico dos tecidos depende principalmente da espessura e da quantidade de ar ocluído. A condutibilidade térmica das fibras é cerca de cem vezes maior que a do ar. A resistência à passagem do vapor d’água dos tecidos também depende da espessura desta camada de ar, mas também da condutibilidade de água dos fios, ou da superfície das fibras. Nas condições estacionárias (corrente de umidade constante) a melhor sorção das fibras tem menor importância, porque se verificou que a ação fisiológica dos tecidos é praticamente independente da capacidade de sorção das fibra. Sensações subjetivas de desconforto de roupas feitas de certas fibras dependem de outros fatores, como vimos nos casos de alergia à lã (maiores detalhes sobre o assunto, ver (4, 5)).

Em resumo o conforto de uma vestimenta é geralmente classificado em três categorias: (a) conforto térmico, (b) conforto tátil, e (c) conforto estético ou psicológico. Destes, o conforto térmico está principalmente relacionado à eficiência da dissipação do calor de um corpo humano vestido.

O conforto tátil está relacionado à interação mecânica entre o corpo humano e o tecido. O conforto estético, como maciez, toque e caimento estão relacionados a fatores muito subjetivos. Fatores como cor, estilo, moda, etc., podem ser caracterizados como fatores psicológicos, no conforto estético.


Os sistemas gráficos de desenho (CAD – Computer Aided Designing)

A criação da moda é a fase mais criativa da confecção e define o caráter de um artigo e o modo de produzi-lo, exigindo especialização e talento artístico. Nestes últimos vinte anos foi auxiliado pelos sistemas gráficos CAD, que apoiam o estilista no seu trabalho de criação, modificação e apresentação dos diversos estilos, cores e avaliação da qualidade dos tecidos. O custo destes sistemas é muito elevado e só grandes empresas podem adquiri-los. Atualmente as pequenas e médias empresas podem fazer uso dos serviços de empresas especializadas que dispõem destes equipamentos, que permitem reduzir os custos através de economia de material, redução dos tempos de preparação e maior flexibilidade para criar novas coleções(6).


7.2.2 A modelagem

Se o produto desenvolvido no setor de estilismo é um artigo de moda, o esboço feito vai diretamente para o setor de modelagem, eventualmente passando antes pelo setor de marketing, para ver a possibilidade de êxito de venda do artigo.

Os artigos funcionais exigirão antes da modelagem, que o departamento de marketing elabore uma lista de características funcionais de cada modelo individual e das indicações dos aspectos necessários para a realização destas funções, obtidas do estudo de mercado e de observação de competição.

Devendo-se incluir no novo produto características funcionais, o esboço é enviado para o departamento de engenharia de produto. Em função do número de peças a serem produzidas, o departamento de engenharia avalia quanto tempo pode ser perdido estudando a possibilidade de adaptação do produto aos recursos existentes, e depois efetuando o estudo técnico para executar as modificações. Para maiores informações sobre os objetivos, técnicas e exemplos do setor Engenharia do Produto, veja-se(6).

O setor de modelagem tem diversas funções:

1o) Preparar em papel ou sistema computadorizado o molde base (tamanho estipulado pela empresa), de um determinado modelo. Dispor os moldes sobre o tecido previamente escolhido, cortar e costurar a peça. Tendo havido problemas no corte, costura ou nos aviamentos utilizados, o departamento de engenharia executa as modificações e faz-se nova confecção, para o mostruário. Informações sobre o assunto serão encontradas no trabalho de Araújo, Gisella, Estilismo em Confecção(3).

2o) Aprovado o modelo, o modelador, sabendo quais os tamanhos a serem produzidos, terá de elaborar os moldes de cada tamanho. Hoje em dia, esse serviço é enormemente facilitado pelos sistemas gráficos “Computer Aided Designing” (CAD). Em seguida o modelista deve ser informado da grade desta partida de confecção, isto é, o número de peças de cada tamanho a serem produzidas, para elaborar o encaixe ou risco, que consiste em riscar sobre um papel que tem a mesma largura que o tecido a utilizar, todas as peças do modelo, quanto ao tamanho e grade das confecções. Um mau encaixe que representa grande quantidade de refugo do tecido, pode representar a perda do lucro estimado do empreendimento. O risco, onde está o encaixe dos moldes graduados visa o aproveitamento do tecido, leva à otimização do corte, obtendo a diminuição das perdas de material, atingindo uma economia em torno de 10%(7). Como a qualidade do encaixe depende da largura do tecido, quanto mais largo o tecido, menor perda relativa de tecido no corte. Além disso, as peças de tecido usadas na confecção deveriam ter todas a mesma largura, permitindo-se, no máximo, uma diferença de +2 cm de largura em relação à largura do encaixe.

A modelagem tem sido encarada como uma tecnologia empírica, o que vem acarretando sérios problemas para o ensino, e nas indústrias é desenvolvida por profissionais, que no decorrer dos anos não passaram por processos de aperfeiçoamento, comprometendo assim a qualidade do produto. Devido à ausência de uma correta tecnologia neste setor da confecção, aspectos como a exportação e importação ficam prejudicados pela falta de conhecimento específico do setor.

Necessitamos da padronização de medidas do corpo do brasileiro, visando a qualidade e o conforto através da ergonomia da roupa, além da maior utilização do sistema CAD/CAM (“Computer Aided Design/Computer Aided Manufacturing”) para obter maior precisão em fases intermediárias de produção. Esse sistema garante à modelagem, ao risco e ao corte da roupa, mais rapidez, contribuindo para o desenvolvimento das demais atividades.(7, 8)

7.2.3 O enfesto

Para aumentar o rendimento do corte do tecido, este não é feito em uma só folha de tecido, mas em diversas folhas simultaneamente. O número delas depende de alguns fatores como: espessura do tecido, do dispositivo de corte, da facilidade das folhas de tecido escorregarem umas sobre as outras, etc. Esta operação de dispor sobre a mesa de corte muitas folhas de tecido, é designado por enfesto.

O comprimento e largura da mesa de corte deve ser um pouco superior às dimensões da folha dos encaixes e, para o bom êxito da empresa, é preciso tomar certos cuidados nesta operação, que parece extremamente simples.

Os tecidos chegam à confecção em rolos e encontram-se sob tensão. Ao diminuir esta tensão, o tecido encolhe, e o encolhimento do urdume geralmente é superior ao da trama. Se a peça de vestuário é confeccionada com o tecido sob tensão, ao lavá-la, ela vai encolher e deformar-se, podendo inutilizá-la, principalmente se feita com tecido plano.

Para eliminar a maioria das tensões dos tecidos, eles devem ser dispostos sobre uma superfície plana, horizontal, lisa, sem tensão, por algumas horas, se possível por uma noite. Isso é feito, em grande parte, na mesa do enfesto. Por isso, ao dispor o tecido em camadas, ele deve ser colocado sem tensões adicionais, criadas pelos operadores do enfesto.

As extremidades, inicial e final, de cada folha de tecido, devem coincidir rigorosamente com as extremidades das folhas anteriores de tecido, já postas sobre a mesa.

Além disso, uma das ourelas de cada folha deve estar disposta rigorosamente sobre as ourelas das folhas mais abaixo. Isso é conseguido com as mesas de enfesto modernas que dispõem, entre outros dispositivos, de um desenrolador de tecido automático, cuja velocidade varia de acordo com a variação do diâmetro do rolo de tecido.

Terminando o enfesto ele é deixado em repouso por algumas horas, para diminuir as tensões do tecido. No final, coloca-se sobre a última folha de tecido, a folha de papel com o risco e pode-se começar o corte das peças.

Para a maioria dos modelos de vestuário a matéria-prima representa cerca de 75% do custo total do produto acabado. Isto demonstra o que pequenas economias podem representar para a confecção. Não é excepcional conseguir-se reduções de desperdício de tecido até 10% em firmas que nunca se aproveitaram de qualquer sistema de controle de desperdício. No entanto, os níveis de aperfeiçoamento geralmente atingidos através de sistemas de controle de desperdícios, situam-se em torno de 4%.

O nível de qualidade do tecido a ser usado, as diferenças de tonalidade dentro do mesmo lote, as variações de largura de uma peça para outra, são causas importantes de desperdício. Dessa forma, um sistema de revisão e armazenamento adequados permitem reduzir o desperdício nesta área.(8)

7.2.4 O corte(9, 10, 19)

O corte do enfesto é a base da confecção e pode ser feito com faca circular ou com serra vertical. Em certos casos é feita com serra fita ou com facas-molde de aço, de bordas afiadas, em prensa hidráulica ou cortadora tipo balancim.

Essa operação, como as anteriores, é bastante complexa e requer pessoa muito especializada. Hoje a etapa é facilitada pelo equipamento computadorizado do sistema CAM, que dá instruções para o corte do material, dando uma considerável economia de material, aumento do rendimento do pessoal e uma redução dos tempos necessários para as adaptações.

Tem-se conseguido bons resultados com equipamentos de corte a laser e a jato de água, comandados por computador, mas que só são eficientes para poucas camadas do enfesto. A escolha do equipamento deve ser feita em função das necessidades da produção, e os modelos existentes no mercado atendem às exigências de todas as empresas.

Assim, encontram-se modelos de corte de pequenos enfestos (0,5 cm de espessura), até 7 ou mais de espessura.

Durante o corte, as peças menores deverão ser cortadas nas facas-fitas, para que mantenham a sua qualidade. No final, deve-se separar em recipientes apropriados os resíduos provenientes de cada corte, para a posterior pesagem. Concluído o corte, seguem-se quatro operações:

A separação, à qual compete a classificação das partes a serem separadas, tais como o cós e pequenos bolsos, preparando-os para a etiquetagem e/ou para o corte na faca-fita.

A etiquetagem, que executa esta operação em todas as partes componentes das peças, em numeração previamente estabelecida pela Controladoria do Corte, e sempre em número seqüencial, não repetindo a numeração, para cortes que sejam de uma só Ordem de Corte.

A amarração, este trabalho deverá ser elaborado anexando aos pacotes as etiquetas indicativas de modelo, tamanho e número do pacote.

A controladoria do corte, que deve efetuar os controles rigorosos sobre o trabalho deste setor, controlando a produção, registrando o consumo do tecido para cada enfesto, calculando a quebra ou desperdício e coordenando o fornecimento em tempo hábil de peças cortadas, de acordo com as necessidades do setor de costura.(13)


7.2.5 A costura

A costura tem por finalidade unir os diferentes componentes de uma peça de vestuário pela formação de uma costura. Sua principal função é proporcionar uma transferência uniforme de tensões de uma peça à outra de tecido, preservando a integridade de toda a confecção.

A união das peças de uma confecção pode-se dar pelas seguintes técnicas:

- Mecânica: costura;
- Física: solda ou termofixação;
- Química: por meio de resinas.

A formação das uniões pelos métodos físico e químico está restrita a umas poucas aplicações especializadas, porque esses processos tendem a alterar certas propriedades do material têxtil. Entre as técnicas de união mecânica, a costura mantém uma posição predominante devido à sua simplicidade, sofisticação e método de produção econômica, com uma elasticidade controlável.

A utilidade de uma peça de vestuário não depende só da qualidade do tecido, mas também da costura. Sua qualidade pode ser medida por seus parâmetros como tamanho, distorções, esgarçamento e resistência. A deficiência das costuras pode ser classificada como segue:

Tipo I: Deficiência pela ruptura da linha
Tipo II: Deficiência pela ruptura do tecido
Esgarçamento da costura: Deficiência devido ao esgarçamento dos fios do tecido
paralelos à costura.

A durabilidade de uma costura depende muito de sua resistência e suas relações com a elasticidade do material, e pode ser medida em termos de “eficiência da costura”:

Eficiência da costura =

Isso pode ser utilizado para otimizar as condições de costura, como tipo de costura, tipo e densidade dos pontos e a seleção das agulhas e das linhas de costura. Geralmente esta eficiência situa-se entre 85 e 90%. Na determinação da resistência da linha de costura não se usa os resultados da resistência à tração de fio singelo, mas a resistência do fio em alça (“loop strenght”). O esgarçamento depende da padronagem, número de fios/cm, tipo de fibra do tecido, do tipo e número de pontos, e da tensão da linha de costura.(13)

Na fabricação do vestuário não se registra, desde suas origens, variações substanciais. A agulha e a linha de costura seguem sendo os elementos básicos, junto com um único aparelho: a máquina de costura, cuja invenção ocorreu no início do século 20 e, desde então, foi sendo aperfeiçoada para aumentar sua velocidade e diversidade de pontos. Desta forma tem havido grandes esforços de desenvolvimento tecnológico do processo de costura, e a sala de costura continua sendo o setor da empresa que mais emprega pessoas, cerca de 80% delas e, por conseguinte, é onde pode-se reduzir ao máximo os custos.

Os sistemas de costura automática também denominados “ilhas de automação”, foram iniciados há mais de duas décadas, consistindo basicamente na adaptação das máquinas e criação de acessórios para executarem determinadas operações de costura, criando os sistemas de manufatura modular ou flexível.

Até hoje não foi possível chegar-se a uma automação total da costura, já que nem todas as operações ou processos podem ser mecanizados ou automatizados. Pode-se dividir os casos em dois grupos: as Unidades Automáticas e o Posto Integrado de Costura.

As Unidades Automáticas são indicadas onde existe uma padronização de costura. Porém, não se podem utilizá-las para qualquer operação. É preciso levar em consideração alguns pontos:

1) Desenhar a roupa de maneira que possa ser imediatamente costurada nestas unidades. Isto inclui a “harmonização das costuras”, que corresponde ao planejamento da vestimenta;
2) Evitar costuras excessivamente grossas onde forem comprovadamente desnecessárias;
3) Introduzir grupos de tamanhos para pences, bolsos, punhos e portinholas;
4) Providenciar para que haja suprimento suficiente de serviço para estas unidades;
5) Controlar mais rigorosamente a instrução e o treinamento dos operadores para estas máquinas;

6) Dar melhor preparação e treinamento ao mecânico, antes da instalação de uma unidade de costura mecanizada;
7) Finalmente, quando as amostras forem reunidas para a coleção, todos os departamentos, como vendas, modelagem, P. C. P. e manutenção, deverão estar envolvidos. Não se deve encostar uma unidade de costura mecanizada pelo simples fato de que os modelistas não estavam totalmente conscientes das possibilidades de sua aplicação.

Os Postos Integrados de Costura são máquinas indicadas para operação de costura onde não se pode utilizar, nem unidades automáticas, nem autômatos de costura.

Ao se analisar o processo de costura de uma pespontadora normal, comprova-se que a operária tem que realizar um certo número de atividades que se repetem constantemente, em cada ciclo de costura, como:

1. os movimentos da mão para acionar o arremate;
2. parar o volante a fim de posicionar a agulha;
3. pegar a tesoura para cortar os fios;
4. acionamento da joelheira para levantar o calcador.

Todos estes movimentos produzem um forte cansaço e desgaste físico da operária, que conduz a uma sensível diminuição da concentração e da qualidade do produto.

As unidades de costura integradas incorporam motores eletrônicos de posicionamento da agulha, corta-fio, elevador de calcador, por sistema de ar comprimido e mecanismo automático de arremate, que permitem a eliminação de vários movimentos. Isto favorece o aumento do padrão de qualidade, uma vez que a operadora fica com ambas as mãos livres para guiar o trabalho, reduzindo a fadiga.(12)

É bom lembrar que não é só a automatização das etapas anteriores que reduzem o tempo de produção. Vejamos um exemplo da confecção de tecidos de malhas. Os tempos proporcionais de produção requeridas nas etapas individuais são:

- malharia, aproximadamente 50 a 85%;
- acabamento, aproximadamente 1 a 5%;
- confecção, aproximadamente 15 a 50%.

Isto indica que os planos para os conceitos de automatização são de grande importância para os processos de malharia e de confecção. Por outro lado, há uma clara discrepância entre o tempo de produção líquido e o tempo de produção total ou geral.

O tempo de produção total está marcado predominantemente por tempos de espera improdutivos, com a seguinte distribuição:

- aproximadamente 10 a 20% para o tempo de produção líquido e,
- aproximadamente 80 a 90% para o transporte, os cambios e o armazenamento.

Portanto, os processos de racionalização devem aplicar-se preferencialmente nos pontos críticos. Por isso, na costura, é preciso estudar os sistemas de transporte entre as diferentes etapas.(13) Maiores dados sobre a costura ver (15, 16, 17).

7.2.6 O acabamento e embalagem da confecção

Terminada a costura, a confecção vai para o setor de arremate, onde cortam-se as extremidades das linhas de costura (no sistema não automatizado), para a revisão, onde se verifica a qualidade da costura, acabamento, a passadoria e a embalagem.

7.3 OS TIPOS DE COSTURA

Ao unir duas partes de uma confecção com um tipo de costura inadequada, pode trazer problemas no uso ou lavagem da mesma, como um esgarçamento e inutilização da peça. Por isso recomenda-se, antes de iniciar a produção, efetuar um ensaio de costurabilidade dos tecidos.

A Norma ABNT NBR 9397, Junho 1986, “Materiais têxteis – Tipos de Costura”(18), menciona oito classes e muitas sub-classes de tipos, que não caberiam aqui, apresentá-las. Por este motivo sugerimos às confecções adquirir junto à ABNT um exemplar desta norma para estudarem, qual a classe mais adequada a seus produtos.(15)

Sobre defeitos e soluções em costura de tecidos de malhas, ver (16 e 17).

A Norma ASTM D 1683/90 - “Failure in Sewn Seams of Woven Fabrics”, cancelada em abril de 2000, apresenta algumas especificações sobre a montagem e costura padrão, dando dados sobre a agulha, a composição da linha de costura, o tipo, o ponto e o número de pontos da costura.

Através da norma ASTM D 1908/89 – “Needle – Related Damage Due to Sewing in Woven Fabric”, cancelada em fevereiro de 2000, podemos nos orientar quanto aos tipos de agulha e o número da linha de costura para cada tamanho de agulha.



7.4 AS AGULHAS DE COSTURA, A MÁQUINA E AS LINHAS DE COSTURA

A Norma ASTM D 1908/89 indica os tipos, a agulha e o número da linha de costura, e estes dados estão indicados na Tabela 7.2, a seguir:



Tabela 7.2 – Número das linhas de costura/numeração das agulhas.(A) (19)

Número de etiqueta do fio
Tamanhos da agulha(B)
Título tex
Título métrico
Macio e lustroso
Algodão
“Corespun”
Poliéster fiado
Filamento sintético
Sintético texturizado
Métrico
Singer
U/S

Mercerizado
016






15
150, T-17
055
06
022
018


120/2, 140/2


120
18

060
08
025
021
130
120
80/3, 90/3

120
100

200
065
09
025
024


100/2
0000


23

070
10
027
027
120
100
70
000
100
080
25

075
11
029
030





070

300, T-34
075
11
029
035
100
70
50, 60
00
070
050/3
33

080
12
032
040
075
50
40
0
050
40/3, 50/2

0400
090
14
036
045


36





090
14
036
050

40
30/3, 36/4
A, B
040

45, 46
0500
100
16
040
060
050
30
24/3, 30/4
C
030
30

0600
110
18
044
070

T-70




69

100
18
044
080
030
24

D
024


0800
120
19
048
090


20/4, 24/4



92

140
22
054
105
025
T-105
16/4
E

20
99
1000
140
22
054
120








150
23
060
135
020
16
12/4

016



150
23
060
150






138

180
24
067
180
015
12


012



180
25
067

Obs.: (A) As relações de tamanho apresentadas nesta Tabela devem ser usadas só como orientação. Pode ser necessário fazer testes.
(B) O tamanho métrico indica o diâmetro da agulha em 0,01 mm, enquanto que o tamanho Union Special (U/S) dá o diâmetro 0,001 pol..
Figura 7.1 – Descrição e medidas das agulhas para máquina de costura.(19)


Símbolo
Descrição
g1
Comprimento total da agulha
g2
Comprimento da ponteira
c
Topo da agulha (“butt”), diâmetro
a
Haste superior, diâmetro
e
Haste superior, comprimento
d
Haste inferior, diâmetro
m3
Haste inferior, espessura residual
m4
Haste inferior, largura da ranhura
k1
Haste inferior, ranhura curta, comprimento
k2
Haste inferior, ranhura abaixo do olhal, comprimento
o1
Olhal, distância do topo até o olhal
o2
Olhal, comprimento
o3
Olhal, largura
Figura 7.2 – Tipos de pontas de agulhas.(19)


A Tabela 7.3 nos dá o número de etiqueta das linhas de costura em relação ao título tex.(20).

Tabela 7.3 – Títulos tex e o número da etiqueta das linhas.

Título resultante – tex(A)
Número da etiqueta
Título resultante –
tex (A)
Número da etiqueta
Até 1,99
01
45
até 49,9
045
2 até 2,99
02
50
até 59,9
050
3 até 3,99
03
60
até 69,9
060
4 até 4,99
04
70
até 79,9
070
5 até 5,99
05
80
até 89,9
080
6 até 6,99
06
90
até 104
090
7 até 7,99
07
105
até 119
105
8 até 8,99
08
120
até 134
120
9 até 9,99
09
135
até 149
135
10 até 11,9
10
150
até 179
150
12 até 13,9
12
180
até 209
180
14 até 15,9
14
210
até 239
210
16 até 17,9
16
240
até 269
240
18 até 20,9
18
270
até 299
270
21 até 23,9
21
300
até 349
300
24 até 26,9
24
350
até 399
350
27 até 29,9
27
400
até 449
400
30 até 34,9
30
450
até 499
450
35 até 39,9
35
500
até 599
500
40 até 44,9
40



Nota: (A) O número de etiqueta da linha de costura com títulos de 600 tex e maiores, será em degraus de 100 para cada 100 tex de aumento do título da linha.

Como no Brasil usa-se uma numeração diferente daquela apresentada na Tabela 7.3 acima, apresentamos abaixo as Tabelas apresentadas na norma ABNT NBR 13213-2001: Linha de costura – Determinação do número da etiqueta.

Tabela 7.4 – Número da etiqueta para linhas de costura fabricadas no todo ou em parte de fibras químicas (NBR 13213)(21).

Título da linha em cru dtex
Número da etiqueta
94
até 108 (exclusive)
300
108
até 126 (exclusive)
260
126
até 144 (exclusive)
220
144
até 158 (exclusive)
200
158
até 178 (exclusive)
180
178
até 200 (exclusive)
160
200
até 232 (exclusive)
140
232
até 276 (exclusive)
120
Tabela 7.4 – Número da etiqueta para linhas de costura fabricadas no todo ou em parte de fibras químicas (NBR 13213)(21) (continuação).

Título da linha em cru dtex
Número da etiqueta
276
até 316 (exclusive)
100
316
até 354 (exclusive)
90
354
até 388 (exclusive)
80
388
até 414 (exclusive)
75
414
até 446 (exclusive)
70
446
até 480 (exclusive)
65
480
até 525 (exclusive)
60
525
até 575 (exclusive)
55
575
até 635 (exclusive)
50
635
até 710 (exclusive)
45
710
até 805 (exclusive)
40
805
até 930 (exclusive)
35
930
até 1040 (exclusive)
30
1040
até 1110 (exclusive)
28
1110
até 1200 (exclusive)
26
1200
até 1310 (exclusive)
24
1310
até 1430 (exclusive)
22
1430
até 1580 (exclusive)
20
1580
até 1770 (exclusive)
18
1770
até 1940 (exclusive)
16
1940
até 2070 (exclusive)
15
2070
até 2230 (exclusive)
14
2230
até 2400 (exclusive)
13
2400
até 2600 (exclusive)
12
2600
até 2850 (exclusive)
11
2850
até 3150 (exclusive)
10
3150
até 3550 (exclusive)
9
3550
até 4000 (exclusive)
8
4000
até 4650 (exclusive)
7
4650
até 5500 (exclusive)
6
5500
até 6750 (exclusive)
5
6750
até 8750 (exclusive)
4

Nota: Fórmulas para derivação dos equivalentes métricos do sistema a três cabos são apresentadas em A-1 do Anexo.

Tabela 7.5 – Número da etiqueta para linhas de costura 100% de algodão(21).

Título da linha em cru dtex
Número da etiqueta
84
até 94 (exclusive)
200
94
até 104 (exclusive)
180
104
até 118 (exclusive)
160
118
até 138 (exclusive)
140
138
até 162 (exclusive)
120
162
até 186 (exclusive)
100

Tabela 7.5 – Número da etiqueta para linhas de costura 100% de algodão(21) (continuação).

Título da linha em cru dtex
Número da etiqueta
186
até 210 (exclusive)
90
210
até 238 (exclusive)
80
238
até 274 (exclusive)
70
274
até 324 (exclusive)
60
324
até 398 (exclusive)
50
398
até 461 (exclusive)
40
461
até 540 (exclusive)
36
540
até 685 (exclusive)
30
685
até 810 (exclusive)
24
810
até 935 (exclusive)
20
935
até 1050 (exclusive)
18
1050
até 1190 (exclusive)
16
1190
até 1210 (exclusive)
15
1210
até 1360 (exclusive)
14
1360
até 1461 (exclusive)
13
1461
até 1555 (exclusive)
12
1555
até 1710 (exclusive)
11
1710
até 1880 (exclusive)
10
1880
até 2100 (exclusive)
9
2100
até 2390 (exclusive)
8
2390
até 2750 (exclusive)
7
2750
até 3250 (exclusive)
6
3250
até 3990 (exclusive)
5
3990
até 4730 (exclusive)
4

Nota: Fórmulas para derivação dos equivalentes algodão do sistema a três cabos são apresentadas em A-2 do Anexo(21).


A escolha certa da agulha e da linha de costura(22)

Para a obtenção de uma boa eficiência da costura, da qual resultará um bom desempenho da confecção, é preciso algumas informações e diretrizes.

1º A função da agulha de costura: Um bom conhecimento do que necessitamos de uma agulha ajudarnos-á na escolha de uma agulha adequada. Há três principais exigências de uma agulha de costura: 1o – produzir um furo no tecido para a passagem da linha de costura; 2o – conduzir a linha através do tecido; 3o – formar uma laçada, para ser pega por um gancho, por outro fio ou mecanismo semelhante.

Penetrando o tecido: as interações entre a agulha e o tecido durante a penetração são influenciadas por: (a) o tipo de tecido que está sendo costurado; (b) o tipo de agulha que está sendo usada; e (c) a velocidade da máquina de costura.

O comportamento de um tecido durante a penetração da agulha é afetado pela construção do tecido e as propriedades das fibras que o compõem. Tecidos de malhas comportam-se diferentemente dos tecidos planos, porque suas alças afetam a direção na qual seus fios podem se mover quando confrontado com a agulha; num tecido plano os fios tendem a se mover de modo unidirecional, isto é,

para cima ou para baixo, ou para a esquerda ou para a direita, enquanto os fios num tecido de malha tenderão a se mover de modo multi-direcional, dependendo da posição da alça quando entrar em contato com a agulha.

Algumas fibras (como seda e poliamida) são naturalmente mais flexíveis que outras (por exemplo, algodão e linho); daí conclui-se que tecidos produzidos de fibras mais flexíveis são penetrados mais facilmente pela agulha. Tecidos compactos não contém suficiente espaço para seus fios moverem-se com facilidade e dar lugar a penetração da agulha. Nestes casos, a escolha da forma da ponta da agulha pode ditar como o tecido se comporta quando é penetrado. Alguns tecidos podem ser melhor costurados com agulhas que empurram os fios para um lado, outros são melhor costurados com agulhas capazes de penetrar pelos componentes dos fios sem causar estrago. Ao costurar couro ou materiais semelhantes, pode ser necessário a agulha fazer um furo no material durante cada penetração.

Tecidos revestidos ou que tiveram um acabamento com resina (por exemplo, resistente ao vinco ou “wash and wear”) podem apresentar problemas à confecção.

Demasiada fricção entre agulha e tecido causa elevadas temperaturas da agulha; isto pode deteriorar tanto o tecido como a agulha.

As características da superfície da agulha influenciam a fricção que ocorre entre ela e o tecido; entretanto, a velocidade da costura é o fator mais importante que influe na quantidade de fricção entre a agulha e o tecido.

Temperaturas elevadas de agulha também influem na dureza da agulha, afetando sua vida útil.

Carregando a linha através do tecido: exige-se que a agulha transporte a linha de costura através do material, de modo a formar um ponto de costura. Quando a agulha começa a penetrar o tecido, a linha de costura está sempre parada em relação à agulha e está sob certa tensão. O tensionamento da linha permite assentar-se na canaleta longa localizada em um lado da haste da agulha. A localização da linha na canaleta (“groove”) é uma característica importante nas modernas máquinas de costura de elevada velocidade, por duas razões: (i) ela dá à linha alguma proteção das tensões envolvidas na penetração do tecido pela agulha, e (ii) fornece um controle crítico da linha pela restrição de seus movimentos, contribuindo desta forma à boa formação da alça e à aparência do ponto de costura.

É importante que o tamanho da agulha e, conseqüentemente as suas canaletas, casem-se corretamente ao diâmetro do fio, do contrário não haverá um controle adequado da linha.


Formação da alça (“loop”):

A formação de uma boa alça na parte inferior do tecido é essencial para a formação de bons pontos, com a total ausência de pontos falhos. A forma, o tamanho e a localização precisa da alça é influenciada por (i) pela condição e ajuste da máquina de costura, (ii) do desenho da agulha e (iii) das propriedades da linha. A máquina de costura não deve ter desgaste ou sujeira, seu ajuste deve ser perfeito. A agulha deve ser suficientemente rígida para evitar desvio e deve ter a forma correta da canaleta. A linha deve ter propriedades de fricção adequadas de modo a ser mantida estacionária e deslizar na canaleta quando necessário; deve também ser suficientemente rígida e ter construção correta para que a alça tenha o máximo de diâmetro.

2º Descrição das agulhas:

O bom desenho da agulha, complementado pelas boas propriedades da linha, é um pré-requisito vital para uma boa costura nas modernas máquinas de costuras a alta velocidade. É possível separar a descrição das agulhas em três partes: (1) denominação da agulha, (2) tamanho da agulha, (3) formato da ponta da agulha.


Denominação das máquinas de costura:

Desde o invento da primeira máquina de costura industrial, cento e cinquenta anos atrás, tem havido um padrão de desenvolvimento e aperfeiçoamento constante. Atualmente há um grande número de fabricantes produzindo uma grande variedade de tipos de máquinas de costura: de pesponto (pontos grandes = “lockstitch”); pontos de cadeia (“chainstitch”), sobrecostura (“overlock”), “flatlock”, zig-zag, ponto de casear (“buttonhle”), costura de botões (“button sew”), ponto invisível (“blindstitch”), bordadeira (“embroidery”), etc. Muitas destas máquinas foram desenvolvidas independentemente nos últimos cento e cinqüenta anos sem preocupação da padronagem do desenho da agulha.(22) Quanto a descrições das agulhas, ver Figuras 7.1 e 7.2.


Os diâmetros das agulhas:

O sistema de numeração de agulhas mais comum é o sistema métrico. O número MÉTRICO de agulha é 100 multiplicado pelo diâmetro da cana (“blade”), em milímetros, logo acima da canaleta pequena (está logo acima do olhal, ou olho da agulha, “scarf” ou “short groove”). O sistema de tamanho de agulha SINGER é também popular no Japão, EUA e Grã-Betanha; outros sistemas de numeração são apresentados na Tabela 7.6 a seguir.

Tabela 7.6 – Os diâmetros e a numeração de agulhas equivalentes.(22)

Diâmetro da cana
(“blade”)
Sistemas de numeração de agulhas de máquinas de costura
Métrico (internacional)
Singer (Organ)
Union
Special
Lewis
Merrow
Reece
mm
pol
Equivalência de Numeração das Agulhas
0,40
0,016
040
04




0,45
0,018
045
05




0,50
0,020
050
06




0,55
0,022
055
07
022

000

0,60
0,024
060
08

2
000

0,65
0,025
065
09
025

00

0,70
0,027
070
10
027
2 ½
01
000
0,75
0,029
075
11
029



0,80
0,032
080
12
032
3
02
00
0,85
0,034
085
13
034



0,90
0,036
090
14
036
3 ½
03

0,95
0,038
095
15
038



1,00
0,040
100
16
040
4
04
1
1,10
0,044
110
18
044
4 ½
05
2
1,20
0,048
120
19
048
5
06
3
1,25
0,049
125
20
049



1,30
0,051
130
21


07
4
1,40
0,054
140
22
054
5 ½

5
1,50
0,060
150
22 ½
060
6
08

1,60
0,063
160
23




1,70
0,067
170
23 ½
067
7
09

1,80
0,073
180
24
073



2,00
0,080
200
25
080

10

2,30
0,090
230
26
090



2,50
0,100
250
27
100



2,80
0,110
280
28




3,00
0,120
300
29
120



3,30
0,130
330
30




3,50
0,140
350
31
140



3,80
0,150
380
32




4,00
0,156
400
32 ½
156





A escolha do tamanho da agulha é muito importante para o bom desempenho da costura. As dimensões da ranhura grande (“long groove”) são determinadas pelo tamanho da agulha. A profundidade da ranhura deveria equiparar-se ao tamanho (diâmetro) da linha de costura. O deslizamento fácil da linha ao longo da ranhura e através do olhal sem demasiada abrasão, fornecerá um bom controle da linha sem demasiada restrição. O uso de uma agulha menor pode conduzir a uma excessiva fricção com conseqüente levantamento e quebra de fibras superficiais causando aumento de rupturas e propriedades inferiores de costura. Uma agulha muito pequena também pode causar lacinhos e enganchamento do fio criando rupturas adicionais. Se for usada uma agulha demasiada fina em tecidos muito pesados ou demasiadas camadas, pode haver sérios desvios da agulha que afetará a abertura da alça, e pode causar pontos defeituosos ou falhos. Isto também pode causar um aumento de quebras de agulhas.

Agulhas muito grandes podem originar má formação dos pontos, porque a linha não está totalmente sob controle, podendo-se produzir costuras feias, porque os furos no tecido são muito grandes para os pontos. Verificar-se-á temperaturas de agulhas mais elevadas quando a agulha produz furos desnecessariamente grandes no tecido.

Um bom teste para uma boa combinação de agulha e linha é pegar uma outra agulha e passar no olhal cerca de 30 cm do fio. O menor tamanho da agulha que permite um fácil deslizamento ao puxar o fio de um lado para outro através do olhal, é geralmente o tamanho correto.

A Tabela 7.7 apresenta a relação entre tamanho de agulha e tamanho da linha para as aplicações mais comuns; entretanto isso é só um guia geral e é sempre possível variações para se adaptar a circunstâncias especiais.

Tabela 7.7 –Tamanhos de agulha e o número da linha, para aplicações típicas.(22)

Aplicação
Ponto Métrico (Singer)
Tamanho da agulha Métrico (Singer)
Tamanho da linha de costura
Número de etiqueta métrico
10
22
30
50
75
120
140
180
Número de etiquetas de Hong Kong
12/5
12/3
606
604
40/3
40/2
80/3
60/2

20/3
20/2

60/3
50/2


Camisas sociais (“Dress shirts”)
Blusas (“Blouses”)
Lingerie
Pesponto (“Lockstitch”)
60-80 (8-12)





X
X
X
Overlock
60-80 (8-12)





X
X
X
Ponto de cadeia (“Chainstitch”)
60-80 (8-12)





X
X

Costura de botão
70-80 (10-12)





X


“Bartacking”
70-80 (10-12)





X


Caseado
70-80 (10-12)





X


Camisas (“Casual shirts”)
Roupa íntima
Vestimenta esportiva
Pijamas
Vestidos/saias
Pesponto
65-90 (9-14)





X
X

“Overlock”
65-90 (9-14)





X
X

“Flatlock”
65-90 (9-14)





X
X

Zig-Zag
65-90 (9-14)





X
X

Costura botões
70-100 (10-16)




X
X


Caseado
70-100 (10-16)




X
X


Costuras gerais
Ternos
Calças
Jaquetas
Paletós
Pesponto
80-100 (12-16)




X
X


“Overlock”
80-90 (12-14)




X
X
X

Ponto de cadeia
90-110 (14-18)




X
X


Costura botões
80-90 (12-14)




X
X


“Bartacking”
90-110 (14-18)



X
X
X


Caseado
100-110 (16-18)



X
X
X


Galão/passamanaria

X







Jeans
Sobretudos
Roupas de trabalho
Pesponto
90-120 (14-19)


X
X
X



“Overlock”
90-110 (14-18)


X
X
X



Ponto cadeia
90-140 (14-22)
X
X
X
X




Costura botões
90-120 (14-19)


X
X
X



“Bartacking”
100-140 (16-22)
X
X
X
X




Caseado
100-140 (16-22)
X
X
X
X




Galão/passamanaria

X









Forma da ponta da agulha e sua escolha correta:

O tipo de tecido que está sendo costurado determinará a forma da ponta de agulha. Há dois tipos básicos de pontas de agulha conforme mostrou a Figura 7.2: (1o) Pontas Redondas; (2o) Pontas Cortantes.

Os tecidos para confecções geralmente são costurados com agulhas com ponta redonda. Todas as pontas redondas têm uma seção transversal circular. As agulhas com pontas cortantes são usadas exclusivamente para costurar couro e materiais semelhantes.

A escolha da agulha de ponta redonda mais adequada é determinada pelas propriedades do tecido. A maioria dos tecidos para confecções podem ser costurados satisfatoriamente com agulha de PONTA REDONDA NORMAL, geralmente denominadas de agulhas SET POINT (isto é, tendo uma ponta levemente arredondada).

Tecidos suscetíveis de avaria (isto é, tecidos de malhas sintéticos, cetins leves, etc.) deveriam ser costurados com agulhas de PONTA REDONDA LEVE ou MÉDIA. As agulhas de ponta redonda não rompem os fios no tecido, ao contrário, elas empurram os fios para um lado, dando espaço suficientemente grande para posicionar a agulha e a linha de costura. Quanto mais grossos os fios do tecido mais arredondada deve ser a ponta redonda da agulha. É bom lembrar que as agulhas de ponta redonda (“ball point needles”) tendem a produzir mais costuras irregulares devido à sua tendência de empurrar para um lado os fios no tecido.

Materiais elásticos exigem as agulhas menores do tipo PONTA REDONDA MÉDIA ou PESADA, que não perfuram os fios elásticos. É preciso verificar se houve pontos saltados, causados pelo desvio da agulha ao costurar materiais elásticos pesados, com agulhas finas.


A escolha da agulha confiável pode ser feita seguindo três etapas:


1. Escolha a indicação da agulha de acordo com o tipo da máquina:

As dimensões críticas são determinadas pela finalidade da máquina de costura à qual a agulha deve-se ajustar. Consulte o fornecedor da máquina de costura para obter a indicação correta da designação da agulha para seu modelo de máquina.


2. A escolha da forma da ponta de agulha de acordo com o tecido que está sendo costurado:

Seu fornecedor de agulhas pode auxiliá-lo na seleção da forma da ponta de agulha. Para tecidos difíceis poderá ser necessário fazer experiências para determinar a forma da ponta mais adequada.


3. A escolha do tamanho da agulha de acordo com a linha de costura:

Use a Tabela 7.7 “O tamanhos de agulhas e o número das linhas para aplicações típicas” como orientação para o tamanho correto de agulha, lembrando que a combinação agulha e linha de costura está sujeita a pequenas variações, em função do tipo de linha a ser usada.

Evite agulhas de costura de qualidade inferior, porque o resultado da costura depende da qualidade da agulha. Vale a pena pagar-se mais por uma agulha da mais alta qualidade.


Considerações sobre a linha de costura(23, 24, 25)

As propriedades das linhas de costura são determinadas pelo tipo de fibra empregado e o processo de fabricação. A Tabela 7.8 a seguir apresenta uma comparação simplificada das linhas de costura e o processo de fabricação. Cada tipo de linha tem suas próprias vantagens e desvantagens.


Tabela 7.8 – Comparação de propriedades de linhas de costura.

Propriedade

Tipo
Resistência
Desempenho da costura
Custo
Encolhimento
Solidez da cor
Durabilidade
Poliéster, fibras
Boa
Bom
Bom
Bom
Boa
Boa
Algodão mercerizado
Regular
Bom
Baixo
Regular
Regular
Regular
Algodão, macio
Baixa
Bom
Bom
Insatisfatório
Regular
Regular
Fio com alma: Algodão/Poliéster
Boa
Bom
Baixo
Bom
Regular
Boa
Fio com alma: Poliéster/Poliéster
Boa
Bom
Regular
Bom
Boa
Boa
Poliamida, filamentos
Boa
Baixo
Regular
Regular
Regular
Boa
Poliéster, filamentos
Boa
Baixo
Regular
Bom
Boa
Boa
Poliamida/Poliéster extrudado
Boa
Baixo
Bom
Insatisfatório
Regular
Boa
Monofilamento
Boa
Baixo
Bom
Regular
Regular
Boa


As linhas de costura de algodão têm boa costurabilidade, mas encolhem mais do que as sintéticas durante a lavagem. Suas resistências à tração, a produtos químicos e à abrasão também são inferiores às sintéticas. Fios de algodão mercerizado de boa qualidade são caros; marcas inferiores tendem a ter solidez de cor discutível devido à dificuldade de obter corantes de boa solidez a baixo custo.

As linhas de costura sintéticas apresentam menor desempenho de costuras e podem dar problemas de estabilidade de costura. As linhas de poliamidas podem ter baixa solidez.

As linhas com alma combinam o bom desempenho de costura dos fios fiados, com a excelente resistência à tração e durabilidade dos fios de filamentos sintéticos, porém, são mais caros que os fios fiados, em especial aqueles envoltos com fibras de algodão.

As linhas de costura de fios de poliéster fiado dominam o comércio do vestuário porque proporcionam costuras duráveis e estáveis, além de bom desempenho de costurabilidade e custo razoável. Suas versatilidades as tornam apropriadas para todas as aplicações normais da indústria da confecção (detalhes sobre a linha de poliéster fiado, ver o artigo na Textile Ásia, Nov. 1992, p. 34).

3º Considerações quanto ao número (título) das linhas de costura:

- Fios mais finos ocupam menos espaço na costura causando menores distorções e ondulações no tecido;
- Fios mais finos permitem o uso de agulhas mais finas, contribuindo ainda mais para eliminar as distorções e ondulações do tecido;
- Fios mais finos produzem menos aborrecimentos devido às costuras;
- Fios mais finos tendem a ficar mais escondidos abaixo da superfície do tecido, tornando a costura menos sujeita à abrasão.

A resistência da costura, embora relacionada à resistência da linha, depende muito do tipo, do ponto e número de pontos por cm e, naturalmente, da gramatura e padronagem do tecido a costurar. Não se deve supor, como muitas vezes acontece, que um dado número (título) da linha é sempre usado num dado tipo de vestuário. Uma mudança na especificação do tecido pode exigir uma mudança no título da linha. Por exemplo, as linhas de costura usadas em camisas podem, por exemplo, variar de número métrico de etiqueta, de 75 a 180, dependendo do tipo de tecido e do projeto da camisa. É preciso também observar que, quando se precisa substituir linhas de poliéster fiado por linhas de algodão, no caso de vestuários de algodão destinados a serem tintos em peça, o título destas linhas deve ser maior do que os títulos da linha sintética, para manter uma resistência de costura similar.

A Tabela 7.7 mostra que, quanto mais pesado o tecido, mais grossa deve ser a linha de costura. Para a maioria do vestuário há, no mínimo, dois títulos de linha a escolher. Mas, por questões de estética estas indicações podem ser esquecidas. É o caso de certas costuras aparentes, como nos jeans onde é preciso empregar linhas mais grossas do que aquelas necessárias, do ponto de vista técnico.


A costura de tecidos de fios de microfilamentos(17)

Na costura de tecidos de microfibras há problemas causados pela superfície sedosa e a alta concentração de filamentos por cm2. Isto dificulta a costura pela falta de espaço na colocação do fio, o que provoca facilmente um franzimento pelo deslocamento de fios e, por outro lado, as superfícies lisas do tecido facilitam um deslizamento entre as camadas, ocasionando também franzimento pelo transportador.

Nestes casos, a linha de costura deve relacionar a resistência da costura com o acabamento final do vestuário. Usando linha grossa e agulha grossa correspondente, há sempre o perigo do franzimento da costura. Por isso, recomenda-se para todos os tipos de costura, a linha com alma, PES/PES no 120 (núcleo de filamentos e envoltório de fibras), em costuras de fechamento e pesponto. A tensão da linha deve ser a mais baixa possível para evitar franzimento. Recomenda-se para fechamento e pesponto, 3 a 4 pontos/cm. Diminuindo-se o número de pontos, aumenta-se forçosamente as tensões da linha, causando o franzimento, que pode ser eliminado pela vaporização, mas esta operação adicional aumenta o custo da peça.

O maior causador de deslocamento dos fios do tecido é a agulha e, em menor escala, a linha de costura. A grossura ideal de agulha é o no 70. Agulha de no 80 pode causar franzimento em tecidos sensíveis ou críticos. Agulha de no 90 ou maior, deve ser evitada, porque o franzimento resultante pode não mais ser eliminado pelo ferro de passar ou pela vaporização.

Pontas de agulhas especiais não trazem melhorias significativas. O importante é estarem as agulhas em perfeitas condições e sem rebarbas.

Quanto à máquina de costura, a de ponto corrente tem pequena vantagem em relação à de ponto firme, porque o entrelaçamento é externo ao pano e a linha tem menos tensão.

Recomanda-se usar baixa pressão do calcador e velocidade máxima de 3.000 pontos/min. Maiores velocidades exigem maior pressão do calcador. Nestas condições o franzimento que pode ocorrer, é corrigido com a passagem a ferro ou pela vaporização.

O furo na chapa de agulha deve ser de 2,0 a 2,5 mm. Furos maiores dão origem a funis na penetração da agulha.

Em costuras longas, para evitar esgarçamento, não costurar paralelamente aos fios de urdume ou trama, mas costurar com um ângulo de 2o ou 3o em relação aos fios do tecido.

Em costuras múltiplas, afixar entretelas para alcançar maior estabilidade.

Em caso de sucessivas costuras com dobras, aconselha-se uma passagem a ferro intercalada, para melhorar a apresentação da costura, em especial nas sintéticas.


Problemas na costura de tecidos de malhas(25)

Segundo o autor Lau(25) os problemas mais comuns encontrados na costura de tecidos de malhas são:

· Defeito de costura (“sewing damage”);
· Rompimento da costura (“seam cracking”);
· Esgarçamento da costura (“seam grinning”);
· Ondulação da costura (“seam waviness”);
· Costuras torcidas/deformadas (“twisted/distorted seams”)
· Ponto falhado (“Miss/skip stitching”);
· Enrolamento (“curling”)

Defeito de costura – Este defeito também é designado como defeito de agulha, corte de agulha ou rebentação do tecido, reconhecido como furos ou malhas corrida no tecido.

Este é o defeito mais comum na costura de tecidos de malhas finas. Quando acontece este defeito haverá uma deterioração da costura. Isto pode não ser visível durante a costura, mas se tornará evidente posteriormente no uso e lavagem das peças. Estes resultados serão desastrosos quando não descobertos logo na revisão. As maiores causas de defeitos de costura estão relacionadas à fibra, tipo de fio, tamanho e número de malhas e aos acabamentos. Quanto mais fino o fio, menor o tamanho e número de malhas, maior o risco de defeito. Os acabamentos superficiais como amaciantes, aumentam a mobilidade do fio e, desta forma reduzem a possibilidade do defeito.

O confeccionista tem pouco controle nestas áreas, embora se possa, até certo ponto, tomar medidas de precaução. O uso de agulhas mais finas parece ser a melhor medida. Agulhas de ponta arredondada parecem não serem muito apropriadas. Uma agulha mais fina com ponta mais longa e haste forte é preferível à uma agulha de ponta arredondada e curta, que tende a aumentar a força de penetração no tecido.

Com o uso de agulha com ponta arredondada, este defeito é mais comum. Portanto, estas agulhas só são recomendadas para tecidos de malhas de urdume finos ou elastoméricos, que deslocarão fios em vez de penetrarem através das malhas, rompendo-as. As agulhas de pontas levemente arredondadas, como as de pontas finas (Ver Figura 7.2), podem ser satisfatórias desde que elas possam empurrar ou atravessar os fios sem maiores resistências, portanto, sem criarem defeitos. Finalmente, devería-se evitar uma densidade de pontos muito elevada, ou espessuras de tecido muito grandes.

Outro defeito é causado pelo aquecimento da agulha, que aumentará a tendência de rompimento da linha de costura, em especial nas sintéticas.

Tabela 7.9 – Problemas na costura de malhas – causas e soluções(25).

Problemas
Causas
Soluções
Defeitos de costura
Propriedade do tecido (estrutura e acabamento)
Agulhas mais finas, de ponta mais alongada e haste mais rígida; evitar pontos muito densos.
Aquecimento da agulha
Agulhas e linhas de costura mais finas; ar de resfriamento; lubrificante; menos pontos; reduzir a velocidade de costura; manutenção da agulha.
Material muito grosso (duas ou mais camadas de tecido)
Modelo simples, menos costuras e pontos; evitar “top stitching”; suficientes retornos de costura e bom planejamento do espaçamento dos pontos.
Ajuste inadequado da máquina
Teste prévio de costurabilidade; chapa de agulha (“throat plate”) nunca inferior a duas vezes o diâmetro da agulha; pé calcador com maior fenda e menor pressão.
Manuseio inadequado do operador
Treinamento adequado.
Rompimento da costura
Linha e ponto de costura de insuficiente resistência e alongamento
Use linhas sintéticas; aumente moderadamente o número de pontos/cm; use ponto-corrente, costura plana, etc.
Direção da costura
Use ponto overlock nas costuras ao longo das colunas; use multi-ponto corrente ou “flatlock” na cava da manga; “scrotch” e costuras laterais, etc.
Esgarçamento na costura
Estrutura do tecido
Use “cover stitch” para malhas pesadas; “lap seams” para malhas mais finas.
Densidade de pontos e linhas de costura
Tensão e tamanho de pontos adequados; adição de cadarços.
Ondulação da costura
Elevada densidade de pontos e pressão de calcador
Adequada densidade de ponto e menor pressão do calcador.
Material facilmente deformável
Use alimentação diferencial; adicione cadarço ou use resina (“binding”).
Estilo “Flare botton”
Use bainha estreita e ponto corrente com linho tipo “botton cover”.


Tabela 7.9 – Problemas na costura de malhas – causas e soluções(25) (continuação).

Problemas
Causas
Soluções
Costuras torcidas (enroladas)
Espiralidade das malhas
Enviezar a costura num ângulo oposto à direção da espiralidade
Manuseio inadequado do operador
Treinamento adequado.
Costura falhada
Estrutura do tecido
Abaixar a agulha em (0,5 – 1) mm; minimize a distância entre a ponta da agulha e o nariz do gancho rotatório; menor furo na chapa de agulha e da fenda do pé-calcador; use agulha com olhal mais longo.
Tensão demasiada da linha e velocidade de costura elevada
Reduza a tensão da linha de costura e diminua a velocidade da máquina.
Propriedade do tecido
No corte em camadas, insira folhas de papel entre elas (“sandwich cut plies with paper in between”).

Verificou-se que o grau de defeito na costura é diretamente proporcional à rigidez e ao número de camadas a serem costuradas, de modo que é adequado um bom planejamento do projeto na sua fase de preparação. Por exemplo, materiais capazes de darem defeitos deveriam ter desenhos simples, com tão poucas costuras quanto possível, e evitar “topstitchings” visíveis.

Por fim, a escolha inadequada e os ajustes da densidade de pontos e ajustes da máquina, como tamanho e tipo da agulha, pé-calcador, chapa de agulha “throat plate”) e alimentadores (“feed-dogs”), todos podem dar origem a defeitos. Por isso, o planejador da produção tem a responsabilidade de aconselhar todas estas áreas antes de iniciar a produção em massa. Ensaios de costurabilidade deveriam ser feitos no material para determinar a melhor combinação do tamanho da agulha e densidade de ponto, entre outras coisas.

Rompimento da linha de costura – Isso diz respeito à resistência longitudinal das costuras, na direção dos pontos. Nas confecções de malhas compactas (“tight fitting knitted garments”), a ruptura da linha de costura costuma se dar devido às tensões inevitáveis durante seu uso. Não é difícil lidar com este problema.

A ação corretiva apresenta dois aspectos. Primeiro a extensibilidade da costura deveria igualar-se à do tecido. Por sua vez isto está relacionado à elasticidade da linha de costura, o tipo de ponto e sua densidade.

Se enfatiza muito que as linhas sintéticas possuem maior elasticidade e são mais adequadas à produção de vestimentas de malhas. Por isso, usa-se muito fios de filamentos texturizados na confecção de maiôs e similares. O ponto-corrente é preferível ao ponto-lock na costura de artigos de malhas, porque a quantidade de linha consumida num ponto-corrente é maior que no ponto-lock, proporcionando desta forma maior extensão de linha. Aqui deve-se considerar o fator esgarçamento; a linha de costura muito comprida torna o esgarçamento um fator de rejeição, e o nível de aceitamento deve ser bem definido no estágio de amostragem.

Um aumento de densidade de pontos pode trazer um aumento da extensibilidade, mas é preciso tomar cuidado para evitar uma aglomeração (“jamming”) do tecido. Uma maior densidade de pontos e maior número de costuras, pode melhorar sua resistência, tomando-se os cuidados para evitar defeitos de costura.

Outra área de preocupação é a direção da costura no tecido. Quando se quer unir duas camadas de tecidos de malhas na direção das carreiras, o ponto-lock é inadequado. Os tecidos de malhas alongam-se mais na direção das carreiras, e sua costura deve ser feita com cuidado. Na costura de punhos e bainhas com ponto rip recomenda-se ponto overlock.


Esgarçamento da costura (“seam grinning”) – Quando uma força transversal é aplicada a uma costura plana, e aparece um vão entre os pontos de penetração da agulha, isto é, designado de esgarçamento de costura. Além de depreciar o produto, sua resistência pode ser afetada, quando a linha de costura fica exposta, devido à abrasão durante seu uso. Os tecidos de malhas apresentam maior tendência ao esgarçamento que os tecidos planos, porque suas estruturas são mais porosas e as malhas são muito flexíveis, sofrendo distorções.

Para conseguir melhor extensibilidade, deve-se tolerar um certo grau de esgarçamento, porque a maioria dos pontos overlock e ponto-corrente podem apresentar um esgarçamento quando tencionados. Em certos casos, para se evitar isso, pode-se reforçar a costura com outros pontos.

O ajuste da tensão da linha e a densidade de pontos é o caminho mais simples para reduzir o risco e o grau de esgarçamento, mas é preciso cuidado para evitar a formação de pregas, que se observa muito em tecidos de malhas com malhas pequenas. Muitas vezes usa-se junto à costura, um cadarço para evitar este esgarçamento.


Ondulações da costura – Este defeito encontra-se muito na costura de tecidos de malhas ou tecidos planos com inclinação de trama, devido ao elevado grau de alongamento, inerente da estrutura do material. Uma densidade de pontos muito elevada causará um aglomeramento e um alongamento do tecido ao longo da linha de costura. É preciso escolher entre resistência e aparência da costura. A ação do calcador e do mecanismo de alimentação não deveriam ser ignorados. Nunca esticar o tecido sob o calcador.

Como no caso de ruptura da costura, a direção da costura afetará o grau de ondulações. O emprego de cadarços e resinas nas bordas, é muitas vezes empregado para manter a dimensão pré-determinada da costura.

Costuras torcidas ou distorcidas – Este fenômeno verifica-se às vezes após a lavagem das confecções. O plano original da confecção tende a se distorcer, que é mais óbvio nas costuras laterais das confecções. Isto é devido ao problema da espiralidade, que caracteriza os processos de malharia de trama, e sobre o qual o confeccionista tem pouca ou nenhuma influência. Melhoramentos podem ser obtidos através da vaporização e passagem a ferro, mas o efeito é temporário.

Em algumas empresas pode ser feito o ajuste dos moldes para evitar este problema, inclinando as costuras num ângulo oposto à direção de espiralidade. Porém, resultarão duas costuras laterais não paralelas.

É claro que a torção e distorção causadas pelo manuseio impróprio do operador deveriam ser eliminados por um treinamento adequado.

Costura falhada – Os ajustes inadequados da máquina, como passamento errado da linha, ponta de agulha defeituosa, etc., conduzirão a uma costura falhada.

O ajuste adequado da máquina dará uma produção satisfatória e lisa dos tecidos planos, mas isso eventualmente não garantirá o mesmo resultado nos produtos de malhas. Estes tecidos tendem a se deslocar levemente para cima e para baixo, com o movimento vertical de uma agulha, podendo causar falhas de pontos, quando usado ponto fixo.

Atualmente, com as máquinas de costura de maior velocidade de ponto-corrente (ideal na costura de tecidos de malhas), há uma maior tendência de pontos falhados. Outras causas são a elevada tensão da linha, e tecidos mais fechados.

Nos tecidos de malhas de fios sintéticos, este problema é mais freqüente.

Para evitar o problema, a primeira coisa a fazer é baixar um pouco a altura da agulha (0,5 mm a 1 mm), de modo a se formar mais facilmente a laçada do ponto. É óbvio que com este ajuste, a agulha não deve bater na lançadeira ou “looper”.


Enrolamento – O enrolamento da margem é uma tendência natural dos tecidos de malhas, especialmente no jersey simples. Os acabamentos dos tecidos podem ajudar a minimizar o problema, mas ainda procura-se uma solução permanente. Um agente endurecedor temporário (ácido benzóico) está à disposição, mas ele endurecerá o tecido, que pode agravar o defeito da costura.

Na produção em massa, a tendência de enrolamento pode ser retardada para o último momento, dispondo entre as folhas de enfesto, folhas de papel. Isto aumenta a mão-de-obra do enfesto, mas pode ser preferível ao trabalho de endireitar as bordas durante a costura.


7.5 A PRODUTIVIDADE DA CONFECÇÃO(15)

Para que uma confecção possa enfrentar a competitividade das grandes empresas nacionais e internacionais é preciso a implantação do estudo de sua racionalização, nos três fatores de cada indústria: pessoal (mão-de-obra), maquinário e material.

Para tanto, é preciso estudar:
1) a análise da eficiência do trabalho;
2) o estudo do tempo (cronometragem);
3) a análise de operações de produção (fluxograma);
4) o lay-out da confecção.

É preciso economizar tempo para aumentar a produção, e para isto faz-se um estudo da eficiência através da:
análise das operações (fluxograma das operações);
estudo do movimento dos operadores (economia de movimento) e;
estudo do tempo (cronometragem).

Como o presente trabalho não comporta detalhamento sobre o aperfeiçoamento da produtividade, recomendamos, entre outros, o estudo do trabalho de Terasawa.(15)

A ergonomia e o problema de postura na operação de costura(26)

O funcionamento da costura consiste de ações repetitivas e complexas e o operador fica sentado numa banqueta ou cadeira comum. Isso causa tensões musculares e mentais (stress) e cansaço, aumentando os erros de costura e o retrabalho, reduzindo a produção.

As causas desta redução da produtividade são:

1. A altura fixa da mesa da máquina de costura e da cadeira, impossibilita uma adaptação às características antropométricas dos operadores de costura. Da má postura resultam dores no ombro posterior e nos músculos do pescoço, que podem se tornar crônicas.
2. O assento plano e duro não dá apoio lombar suficiente, causando dores na parte inferior das costas, e o assento duro causa má circulação, grande carga muscular e pressão elevada no disco.
3. O encosto traseiro baixo trás problemas na área dos quadris, como má circulação, fadiga prematura e possíveis câimbras.
4. A falta de respaldo e função de giro (cadeira não giratória) aprofunda os danos de torcer o corpo.
5. A má disposição das partes da peça e dos acessórios, exige muito trabalho manual de puxar e empurrar o material em volta do posto de trabalho.

Para melhorar a disposição dos operadores, e com isso a produção, é preciso efetuar um estudo ergonométrico. A Tabela 7.10 a seguir apresenta os fundamentos de projeto ergonométrico relacionados a itens físicos.


Tabela 7.10 –Lista dos fundamentos do projeto ergonométrico/itens físicos.

Cuidados a tomar
Resultados
Mantenha cada coisa para fácil acesso
Reduz amplitude de movimento
Trabalhe em alturas adequadas
Fornece melhor postura
Trabalhe com boa postura
Minimiza o stress de postura
Reduza movimentos e gastos excessivos de energia
Diminui cansaço
Diminua a fadiga
Mantém a disposição

Para que uma cadeira seja considerada como uma ferramenta de trabalho, de modo a melhorar a produtividade, é preciso que ela obedeça a certas especificações, como apresentado na Tabela 7.11 seguinte.


Tabela 7.11 – Fundamentos de um projeto de cadeira para costura.

Fatores
Fundamento
Altura do assento
Ajustável
Profundidade do assento
Suporte total para a área lombar
Largura do assento
Mais larga que os quadris
Ângulo do assento
Inclinado para trás; inclinação boa de 20o
Altura do encosto
Que chegue até o assento moldado
Ângulo do encosto
Aproximadamente de 115o
Almofadas
Conveniente

De um modo geral, a confecção julga que o projeto ergométrico é muito cara para ser implementada. A administração sempre ignora as recompensas oriundas do investimento no uso da ergonomia. Porém, à parte os freqüentes danos causados pelas operações de costura, aumentou a preocupação com a qualidade e produtividade. Por isso, pergunta-se: não vale a pena investir um pouco na ergonomia?

Os problemas físicos das costureiras não nos lembra vagamente os problemas das digitadoras, com as freqüentes tendinites, para mencionar só um problema? E elas usam cadeiras almofadas, sobre rodas e com altura de assento regulável. Repararam que muitas vezes a regulagem da altura está incorreta e ajustando corretamente a altura, está tudo resolvido? Será que não é preciso conscientizar a indústria moveleira de criar, não uma cadeia bonita, mas uma cadeia que satisfaça à ergonomia? Quem começará esta campanha?

7.6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

(1) Fralix, Michael T., Da Produção em Massa para a Produção sob Medida em Massa, 2a Conferência Internacional Têxtil/Confecção, 21/23 julho, 1999, Senai/Cetiqt, R. J.

(2) Law, K. M., Zhang, Z. M. e Leung, C. S., Liderança em Moda entre a Nova geração de Hong Kong, 2a Conferência Internacional Têxtil/Confecção, 21/23 julho, 1999, Senai/Cetiqt, R. J.

(3) Araújo, Gisella, Estilismo em Confecção, SENAI/CETIQT, R. J., 1989.

(4) Cheng, K. P. S. e Cheung, Y. K., Comfort in Clothing, Textile Asia, Feb. 1994, p. 48-52.

(5) Meecheels, Juergen, Koerper – Klima – Kleidung – Textil, Melliand Textilberichte, 11/1977, p. 942-946.

(6) Lensch, Claus, A Influência da Engenharia do Produto na Qualidade e Produtividade, Anais do 7o Congresso Nacional de Técnicos Têxteis, ABTT, Blumenau, S. C., 14/17 Set, 1978, p. 288-298.

(7) Radicetti, Elaine, Medidas Antropométricas Padronizadas para a Indústria do Vestuário, 2a Conferência Internacional Têxtil/Confecção, 21/23 julho 1999, Senai/Cetiqt, R. J.

(8) Devisate, Laurindo Jr., Informação verbal, 1992.

(9) Freneat, Jean Paul, Automação e Organização na Talhação, Anais do 8o Congresso Nacional de Técnicos Têxteis, ABTT, Blumenau, S. C., Set. 1978, p. 243-257.

(10) Ferreira, Francisco, Controle e Automação dos Processos de Confecção, Apostilas IPT-AP – 34/87, Dez. 1987.

(11) Organization for Economic Cooperation and Development (OECD), Novas Tecnologias na Indústria da Confecção, ITS, Textile Leader, 5/89, p. 103-115.

(12) Souza, Marcus, A., Automação em Confecções e Costuras, Anais do 8o Congresso Nacional de Técnicos Têxteis, ABTT, Blumenau, S. C., 14/17, Set., 1978, p. 281-283.

(13) Backmann, Roland e Kramer, Annett, Aspectos de la Automatização de la Produción de Prendas Exteriores de Tecido de Punto, Textiles Panamericanos, Dec. 1991, p. 84-92.

(14) Salhotra, K. R., Sundaresan, Hari e G, Sewing Tread Properties, Textile Asia, Sept. 1994, p. 46-48 e 57.

(15) Terasawa, Yukio, Engenharia de Produção na Costura, Anais 8o Congresso Nacional de Técnicos Têxteis, ABTT, Blumenau, S. C., 14/17 Set. 1978, p. 263-280.

(16) Pancostura S. A., Ind. e Com., A Máquina de Costura e sua Tecnologia, Anais 8o Congresso Nacional de Técnicos Têxteis, ABTT, Blumenau, S. C., 14/17 Set. 1978, p. 307-315.

(17) Westphalen, H. L., Costura em Tecidos de Microfibras, Textilia, 12/94, p. 62.

(18) ABNT-NBR 13483, Set. 1995, Tipos de Costura.

(19) ASTM D 1908-89, Needle Related Damage Due to Sewing in Woven Fabric, Vol. 07.01, p. 499-504.

(20) ASTM D 3823-88, Determining Ticket Numbers for Sewing Threads, Vol. 07.02, p. 165-166.

(21) ABNT NBR 13213/2001, Determinação do Número da Etiqueta da Linha de Costura.

(22) West, Don, What Needle is Needed? Textile Asia, May, 1995, p. 38-47.

(23) West, Don, Sewing Thread-How to Choose, Textile Asia, May, 1993, p. 82-87.

(24) Varanda, Álvaro, Tecnologia das Linhas de Costura, Anais do 8o Congresso Nacional de Técnicos Têxteis, ABTT, Blumenau, S. C., 14/17, Set. 1978, p. 284-288.

(25) Lau, K. P., Problems in Sewing Knitted Fabrics, Textile Asia, Feb. 1991, p. 35-38.

(26) Chan, C. K. e Wong, K. P., A Ergonomia e o Problema de Postura em uma Confecção do Vestuário Chinesa, 2a Conferência Internacional Têxtil/Confecção, 21/23 julho 1999, Senai/Cetiqt, R.J.

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