domingo, 7 de setembro de 2008

MALHARIA

Paulo Sérgio Salvi

Tecnologia do


Beneficiamento Têxtil








BENEFICIAMENTO TÊXTIL


Conceitos Tecnológicos Básicos

Para entendermos melhor a estrutura sobre a qual está assentado o setor de Beneficiamento Têxtil, são necessários certos conceitos emitidos a seguir:

Área industrial é uma das atividades básicas para o desenvolvimento sócio-econômico de uma nação, pois cuida da transformação da matéria prima em bens de consumo.

No nosso caso específico: Área Têxtil

A área industrial é composta de setores, isto é, um ramo específico onde se agrupam atividades específicas inerentes à mesma. Os setores industriais que compõe a área têxtil são:

· Polímeros
· Fiação
· Tecelagem
· Malharia
· Beneficiamentos
· Confecção

O beneficiamento compreende um conjunto de atividades que uma vez aplicadas ao substrato têxtil, dão ao mesmo característica técnica e estética, exigidas pelo consumidor.

Também poderíamos dizer que o beneficiamento pode ser entendido como o setor que cuida do enobrecimento dos substratos têxteis.

Sistema é um conjunto de partes coordenadas entre si, que divide o beneficiamento em partes para melhor compreensão, a saber:

· Beneficiamento Primário.

· Beneficiamento Secundário.

· Beneficiamento Terciário ou Final.

O que se entende por beneficiamento primário?

É a operação que visa preparar o substrato têxtil para receber a coloração.

O que se entende por beneficiamento secundário?

É a coloração que pode ser total ou parcial.

O que se entende por beneficiamento terciário ou final?

É o acabamento que visa melhorar as características físico/químicas do substrato têxtil.

Quanto aos tratamentos dentro do beneficiamento têxtil, podem ser em número de quatro, a saber:

1 - Tratamentos molhados

2 - Tratamentos físicos

3 - Tratamentos secos

4 - Tratamentos úmidos

Relacione os números com os textos abaixo:

( )

São aqueles que utilizam elementos da física para produzir o benefício. Esses elementos são inerentes a maquinaria, exemplo: atrito, pressão, calor, chama e corte.

( )

É aquele que independe da quantidade de solvente, podendo este ser água ou solvente orgânico ou ainda uma mistura de ambos, quando aplicada junto a outros insumos é suficiente tão somente para umedecer o substrato têxtil.

( )

São aqueles nos quais são empregado um solvente orgânico que possui no caso dupla finalidade, a de solvente e ao mesmo tempo insumo, por exemplo: percloroetileno.

( )

São aqueles que empregam a água como solvente, esta solubiliza ou dispersa os insumos e se comporta como veículo conduzindo os insumos para o substrato têxtil, resultando daí o benefício.



Os processos que compõe o beneficiamento têxtil são três, a saber:

1 - Processo Descontínuo

2 - Processo Semi-Contínuo

3 - Processo Contínuo




Relacione os números com os textos abaixo:

( )

È aquele que o tempo das operações é reduzido pelo emprego de maquinaria sofisticada. Este processo caracteriza-se pela grande produção, necessitando de poucas interrupções para a sua realização e muitas vezes conjugando operações, também pela alta quantidade de substrato envolvido na operação.

( )

Apresenta-se como ponto médio entre o processo contínuo e o processo descontínuo. Caracteriza-se pela média produção e as interrupções e os tempos prolongados das operações são compensados pela quantidade significativa de substrato envolvido.

( )

Caracteriza-se pelo emprego de máquinas que podem ser sofisticadas ou não, destina-se a produzir lotes de menor quantidade.



Tendo em vista o que foi dito acima, podemos citar duas formas de aplicação dos insumos:

1. Esgotamento: consiste na utilização de equipamentos caracterizados como descontínuos, onde o substrato entra em contato com um certo volume de banho o tempo necessário, até que finalize a operação de beneficiamento.
Em geral, os insumos são consumidos e/ou transformados durante o processo de esgotamento.

Ex.:


Jigger





Barca

Máquina que tem por finalidade o beneficiamento de tecidos em corda.
Ex. Tecido Malha





Armário


Máquina utilizada para o Beneficiamento
Em meadas.
Ex.: Fios.






Turbo

Tem por finalidade o beneficiamento de
tecidos em aberto, sendo ideal para fibras
de poliéster e suas misturas. Sua forma de
beneficiamento é através da pressão e do
calor.







Flow

Usado para beneficiamento do tecido de
malha de algodão e suas misturas



2. Impregnação: caracterizado pelo uso de equipamento denominado foulard. Nesse processo o substrato arrasta continuamente banho e insumos, e em seguida, o excesso de banho é espremido por cilindros espremedores. Há absorção do banho e não apenas consumo dos insumos, como se verifica no processo de esgotamento.

Ex.:

Contínuo: Pad-Dry; Pad-Steam; etc.
Semi-Contínuo: Pad-Batch; Pad-Jigger; etc.


Foulard

O foulard apenas impregna o tecido com o produto químico. Em seguida o produto químico deve ser fixado em rama ou vaporizador. Através do foulard obtêm-se melhores resultados e eficiência.





Elementos Fundamentais dos Beneficiamentos Têxteis

Os Beneficiamentos Têxteis possuem elementos sem os quais não poderiam existir, daí serem classificados como fundamentais, eles são encontrados em todos os benefícios, em número nunca inferior a dois e no máximo em cinco.

São eles:

· Substrato Têxtil

· Maquinário

· Solvente

· Insumos

· Energia térmica

































Beneficiamentos Primários

Operação: Chamuscagem

Objetivo: Eliminar as fibrilas do substrato Têxtil através de queima, pois estas permanecem eriçadas na superfície do fio ou tecido, conferindo-lhe um aspecto desuniforme e um toque áspero, podendo, no entanto afetar a regularidade dos estampados.

Através desta eliminação, propiciamos ao substrato têxtil, um melhor aspecto visual, graças à uniformidade obtida e em decorrência disto, temos um toque mais macio e a obtenção de um certo grau de brilho, pois a luz incidente apresenta uma reflexão mais regular.

Benefícios:
• Melhor aspecto visual;
• Melhor toque;
• Eliminação de fibrilas o que melhora a estampagem;
• Diminuição do risco de formação de “pilling”;
• Diminuição residual formado por fibras soltas nos primeiros tratamentos molhados.

Operação: Navalhagem

Objetivo: Eliminar fibrilas do substrato têxtil ou então, aparar por igual à altura dos pelos através do corte. Este processo pode ser utilizado pelas fibras de WO, sintéticos e suas misturas.

Benefícios:

• Melhor aspecto visual;
• Melhor toque;
• Eliminação de fibrilas o que melhora a estampagem;
• Diminuição do risco de formação de “pilling”;
• Diminuição residual formado por fibras soltas nos primeiros tratamentos molhados.




Cortar os pelos levantados do tecido através da passagem do tecido em contato com navalhas de forma helicoidais.




Operação: Mercerização

Objetivo: Dar ao substrato oito propriedades através da imersão do mesmo sob tensão, em solução de NaOH.

Benefícios:

• Aumento de brilho;
• Diminuição do encolhimento;
• Aumento da resistência;
• Aumento da afinidade para com os corantes;
• Acentua o toque;
• Aumento dos índices de solidez dos beneficiamentos;
• Aumento da hidrofilidade;
• Dissolução do algodão morto ( verde), possibilitando uma coloração uniforme, pois estes não apresentam afinidade para com os corantes.



É o tratamento com solução de hidróxido
de sódio concentrado (28 a 32º Bé) a frio
(máximo 18º C), que é aplicado sob tensão
ao algodão e ao linho, sob a forma de fio
ou de tecido.



Operação: Caustificação

Objetivo: Dar ao substrato sete propriedades através da imersão sem tensão em solução de NaOH.

Benefícios:

• Maior estabilidade dimensional;
• Aumento da resistência;
• Aumento da afinidade para com os corantes;
• Acentua o toque;
• Aumento dos índices de solidez dos beneficiamentos;
• Aumento da hidrofilidade;
• Dissolução do algodão morto ( verde), possibilitando uma coloração uniforme, pois estes não apresentam afinidade para com os corantes.






Operação: Desengomagem

Objetivo: Retirar do substrato gomas que a ele foram adicionadas, estes engomantes são utilizados para aumentar a rigidez e a resistência dos fios de urdume, diminuindo as quebras durante o tecimento.

Operação: Limpeza

Objetivo: Visa eliminar do substrato têxtil, substâncias químicas que possam impedir a penetração do solvente universal (água), bem como, outros tipos de sujidades que tiram a aparência de limpo do substrato.

Benefício:

• Tornar o substrato hidrófilo ( afim com a água), fator preponderante para a realização dos tratamentos molhados e úmidos.

Operação: Alvejamento

Objetivo: Tornar o substrato branco; Torna-lo alvo; Branqueá-lo.

Benefício:

• Tornar o substrato branco uma vez que haja a necessidade de um fundo branco,
ou quando necessitamos ter uma cor brilhante, neste caso, quanto mais branco for o
substrato melhor será o resultado do tingimento.























Beneficiamentos Secundários

O beneficiamento secundário tem por finalidade dar coloração ao substrato têxtil. Este beneficiamento está dividido em duas partes, a saber:

• Tingimento;
• Estamparia.


Tingimento

Tingimento ou coloração total consiste em colorir todo o substrato de uma única vez, este beneficiamento pode ser feito com Corantes ou Pigmentos, os quais estão divididos nas seguintes classes:

• Corantes Diretos
São corantes aniônicos tendo afinidade para com as fibras celulósicas quando aplicados em banho contendo eletrólito.
São solúveis em água, e de fácil aplicação, o que lhe conferiu o nome de Direto.

• Corantes Reativos
São corantes que tingem em fibras celulósicas e celulósicas regeneradas com a adição de eletrólitos e estes reagem quimicamente com o substrato em ambiente alcalino, sendo esta ligação Covalente, o que confere uma boa solidez.
O nome Reativo também tem origem em virtude da reação, possuem boa igualização e apresentam cores brilhantes.

• Corantes Á Tina
São corantes insolúveis em água, que precisam ser convertidos para a forma leuco derivado sódico para que tenham afinidade para com o substrato celulósico, e uma vez ligada a fibra é oxidado voltando a sua forma original isto é insolúvel na água.
Possuem a melhor propriedade de solidez; E necessitam-se de bons conhecimentos
técnicos e tecnológicos, pois são corantes de difícil igualização.

• Corantes Sulfurosos
São corantes insolúveis em água, que são aplicados em banhos contendo redutores em meio alcalino, que depois de aplicados a fibra são oxidados retornando a sua forma original, isto é, insolúvel em água.
Estes corantes possuem em sua estrutura enxofre; Suas cores são opacas e apresentam pouco brilho, no entanto apresentam bons índices de solidez.

• Corantes Azóicos
Todos os corantes são vendidos prontos para a aplicação, porém os corantes Azóicos são comercializados em duas partes, a saber:

• Naftol que é aplicado ao substrato;
• Base que é copulada ao naftol formando assim o corante azóico.

De todos os corantes este é o que apresenta a maior dificuldade de aplicação, pois o processo de diazotação que antecede a copulação é um processo complicado que
exige excelentes conhecimentos químicos para que o tintureiro não venha sofrer nenhum problema de saúde, pois se o mesmo não for controlado poderá haver riscos de explosão.
Este corante apresenta as cores mais brilhantes e vivas que se pode conseguir sobre fibras celulósicas, porém sua solidez a fricção deixa a desejar com índices baixos.

• Corantes Ácidos
É um corante aniônico caracterizado pela substantividade por fibras protéicas e usualmente aplicado em banho ácido.
Produzem cores vivas e brilhantes e apresentam bons índices de solidez.

• Corantes Complexos Metálico
São semelhantes aos corantes ácidos com a diferença de apresentarem em sua estrutura um metal (geralmente o cromo) que aumenta o seu peso molecular, garantindo assim uma melhor solidez a tratamentos molhados e sua afinidade para com as fibras nitrogenadas é excelente.

• Corantes Dispersos
São corantes insolúveis em água, que são aplicados em forma de dispersão, que originalmente foram introduzidos para o tingimento das fibras de Acetato, hoje é utilizado para o tingimento das fibras de Poliéster, apresentado excelente resultado, são classificados de acordo com o seu peso molecular o que favorece uns para processos de esgotamento, outros para processos contínuos e outros para estamparia.

• Corantes Catiônicos
São corantes básicos que possuem muita afinidade por fibras aniônica, seu uso é sobre as fibras de acrílico, onde se consegue excelentes tintos, com cores intensas e de boa solidez, alguns corantes possuem fluorescência.

• Corantes Brancos
Os corantes brancos conhecidos como branco ótico são corantes que captam os raios ultravioletas e devolvem em comprimento de ondas situado nas cores azul o que vem a mascarar o amarelado indesejável dos têxteis, dando nos a impressão de estarmos vendo uma cor mais branca.

• Pigmentos
Todos os corantes acima possuem afinidade para com o substrato têxtil para que o mesmo possa ser colorido, porém os pigmentos não possuem afinidade para com nenhum substrato e a sua aplicação consiste em usar um ligante que tem a finalidade de “colar” o pigmento junto ao substrato.
Em termos de coloração o pigmento está preso à superfície do substrato apresentando uma altíssima coloração, quanto a sua solidez está diretamente ligada ao tipo de ligante utilizado.







Corantes

Classe
de
Fibras
Solidez
Observações

Diretos




Reativos




A tina




Sulfurosos




Azóicos




Ácidos



Complexos Metálicos




Dispersos




Catiônicos




Brancos




Pigmentos




Estamparia

Estamparia ou coloração parcial é a operação que consiste em colorir apenas uma parte do substrato ou ate mesmo todas as partes, porém com cores variadas, a estamparia é uma arte onde são impressos desenhos ou motivos coloridos sobre o substrato, este poderá ter o seu fundo branco ou colorido.
Porque não dizer que a estamparia é uma arte que fala conosco, que nos confunde na hora da compra, embora existam regras de como fazer, muitas vezes o artista burla estas regras, se é que para ele exista alguma regra, criando uma arte que enche nossos olhos e que nos faz comprar.

A estamparia está dividida em três partes, a saber:

• Estamparia a quadro;

• Estamparia rotativa;

• Termotransferência.





Estamparia a Quadro

A estamparia a quadro pode ser:

• Manual;
• Automática.

Em ambos os casos, o primeiro passo é fazer um desenho, criar uma arte de acordo com a necessidade do momento, depois de aprovada a arte é decomposta em cores, salientando que o número de cores corresponde ao número de quadros que iremos utilizar.

O segundo passo é transformar o desenho em positivo, pois caso contrário seria impossível a utilização do mesmo.

O terceiro passo seria a preparação do quadro, onde seria necessária a escolha do tipo de moldura, de tela e a forma de fixação da mesma sobre a moldura. Uma vez com o quadro ou os quadros prontos, pois como já dissemos o número de quadros depende do número de cores que o desenho possui.

Passamos para o quarto passo que corresponde a emulsificação do quadro com uma emulsão apropriada, logo após o positivo é colocado sobre o quadro e este é exposto a luz ultravioleta onde a parte preta do positivo reservará a emulsão da luz, enquanto que a parte transparente ficará exposta a luz, salientando que à parte que tomou luz irá polimerizar, enquanto que a parte transparente irá soltar durante a fase da lavagem.

Quinto e ultimo passo, é quando fazemos o acabamento do quadro para que este possa ser utilizado, isto é, o quadro estará pronto para ser estampado.

Espessante

No tingimento o veículo utilizado é a água, esta por sua vez é quem transporta os insumos do banho em direção ao substrato com o objetivo de torná-lo tinto. Porém na estamparia o corante não pode ser transportado por meio de um banho aquoso, daí entra o espessante que tem por finalidade espessar o banho tornando-o viscoso, pastoso, afim de que o corante com os demais insumos fiquem parados sobre o substrato permitindo assim que o desenho possa ser composto.

Existem vários tipos de espessante, sendo naturais, artificiais e sintéticos, cabendo ao estampador escolher o qual irá utilizar de acordo com o corante a ser utilizado.

Pasta de Estampar

Na pasta de estampar são utilizados vários insumos, desde os álcalis, ácidos e outros, a escolha de quanto se deve usar depende do corante utilizado que por sua vez está vinculada ao substrato.

Quando se trata de estampagem é necessário saber o tipo de fibra utilizada bem como a utilização do substrato, pois temos corantes que possuem maior solidez a alguns processos deixando outros a desejar. No entanto quando sabemos a sua utilização colocamos um corante compatível com a utilização do mesmo e os insumos certamente terão que auxiliar a fixação do mesmo.

Interação

A interação é a forma pela qual o corante reage quimicamente com o substrato podendo este ser por Termofixação ou Vaporização. No caso de pigmentos estes estão vinculados ao tipo de ligante que está sendo utilizado podendo a polimerização ocorrer com cura ao ar ou com o auxílio de estufa.

Estamparia Manual

A estamparia manual está vinculada à baixa produção e é utilizada quando se trata de peças confeccionadas, embora se possa estampar tecidos em mesas que variam em torno de 50m de comprimento, neste caso destina-se a produzir pequenas quantidades.

O número de cores é ilimitado, as mesas podem possuir sistema de calefação ou no caso de mesa com berço este poderá ser aquecido por contato, cuja finalidade é o de acelerar a secagem para uma maior produção.

O substrato é colocado em mesa plana e fixado a esta através de colas especiais ou alfinetes. Os quadros podem ser movidos manual ou mecanicamente, obedecendo a um rapport preestabelecido. Sobre a mesa pode haver fontes de calor para que o substrato seja seco o mais rápido possível para, então, ser termofixado ou vaporizado em equipamentos específicos.

Estamparia Automática

Estamparia a quadro: Na estamparia a quadro automático, o substrato se locomove através de uma esteira sem fim, igual às rotativas, que se movimenta em sincronia com o ajuste dos quadros. Sob a esteira existe um campo magnético que também age em sincronia com a esteira pois assim que os quadros se sobrepõe, movimento que é efetuado através de válvulas pneumáticas, o campo
magnético é acionado fazendo com que a barra de impressão (feita de material imantável) se movimente ao longo do quadro em movimentos de vai-e-vem.
Já a alimentação dos é feita manualmente e a secagem através de secadores que
podem, ou não, estarem acoplados à máquina.

Estamparia Rotativa: É efetuada em máquinas rotativas, que Podem possuir vários cilindros ocos dispostos paralelamente entre si e perpendicularmente em relação à uma esteira que se movimenta continuamente carregando consigo o substrato preso a esta através de colas especiais, que é utilizada para evitar deslocamentos e dobramentos indesejados. Os cilindros são
alimentados através de bombas de sucção que injetam a pasta de estampar para dentro deles através de rasquetas microperfuradas, as quais, além de alimentar os cilindros, também fazem a pressão necessária para a impressão do substrato. A secagem é feita através de secadores apropriados que podem estar acoplados à máquina.



Termotransferência: É utilizada principalmente em estampas de substratos de poliamida e poliéster Consiste em estampar um papel especial com corantes disperso que possua baixos e médios índices de solidez a sublimação (passagem do estado sólido para o gasoso). Após a secagem do papel é introduzido junto com tecido em uma calandra com um cilindro superaquecido que irá transferir calor ao papel, fazendo com que o corante presente neste caso passe para o substrato através de sublimação. Os índices de solidez são aceitáveis, porém as estampas efetuadas através desse processo produzem cores não muito vivas.











Beneficiamentos Terciários ou Finais

O Beneficiamento Final é a operação que visa modificar para melhor, as características físicas/Químicas do substrato. Cabendo dizer que este beneficiamento pode ser permanente, isto é uma vez aplicado ao substrato este nunca mais irá sair.

Ex: Anti-Chama.

Ou poderá não ser permanente, tendo a função de apenas melhorar o aspecto visual; Quando falamos de aspecto visual não estamos nos referindo apenas a nossa visão, mas sim ao nosso tato, pois todos nós que vamos comprar um substrato exposto em uma loja dizemos assim para o vendedor: “Deixe-me ver aquela peça!”, como se nós não tivéssemos a vendo, mas queremos mesmo, ver com os nossos dedos.
Neste caso o acabamento irá durar apenas algumas lavagens, mas certamente eu e você já teremos comprado a peça em questão.

Ex: Amaciamento.

Existem vários tipos de acabamento como já mencionamos. Sendo esta etapa a última do processo de beneficiamento. Nesta etapa se faz a utilização de vários produtos que podem estar sozinho ou em combinação, que tem como finalidade à obtenção dos mais diversos efeitos.

Os acabamentos podem ser:

• Químicos (Ex.: amaciamento, anti-ruga, anti-chama, encorpamento, etc.)

• Físicos (Ex.: flanelagem, navalhagem, calandragem, esmerilhagem, etc.)

• Físicos-Químicos (Ex.: gofragem, chintz, etc)

Maquinário:

Rama: Máquina utilizada para tingimento e aplicações do beneficiamentos finais do tecido.

Garzeadeira: Relevo obtido por flanelagem: constitui um processo puramente físico, conseguido através do atrito do tecido em contato com lixa


































Lavanderia e Tingimento de Peças Confeccionadas

Tipos de Lavagem

A lavanderia pode ser classificada nos seguintes grupos:

. Lavanderia Doméstica;
. Lavanderia Industrial;
. Lavanderia Hospitalar;
. Lavanderia de Beneficiamento de Jeans;
. Lavanderia de Tingimento de Peças Confeccionadas.

Lavanderia Doméstica

Este tipo de lavanderia tem a finalidade de lavar roupas familiares ou de cama, mesa e banho doméstico.
Ex: Camisas, paletós, vestidos, calças, toalhas, cobertores etc.

Lavanderia Industrial

Esta lavanderia é direcionada a atender a indústria e o comércio, e difere da lavanderia doméstica pela alta quantidade de substrato envolvida de um único cliente.

Lavanderia Hospitalar

Como o próprio nome diz tem a função de lavar roupas de hospitais.

Lavanderia de Beneficiamento de Jeans

O beneficiamento de jeans se faz através da lavagem de peças confeccionadas que tem como objetivo proporcionar uma modificação do aspecto, uma vez que a aparência tem um significado dentro do conceito moda.

Lavanderia de Tingimento de Peças Confeccionadas

O objetivo é a aplicação de coloração total em peças denominada PT prontas para tingir.

Lavagem Industrial

Quando lavamos uma roupa ela contém sujeira e mancha que podem ser:
. Poeira;
. Suor;
. Gordura;
. Óleos;
. Metais;
. Proteínas;
. Pigmentos/ Corantes.



Por outro lado à água também pode conter:

· Matéria orgânica que pode causar manchas pardas ou mau cheiro durante a estocagem.

· Fe (ferro) e Mn (Manganês) que pode causar corrosão nos equipamentos e furo no tecido quando em combinação com peróxidos.

· Cloretos porem quando em grandes quantidades podem causar tártaro na roupa e depósitos na calandra.

· Potencial Hidrogeniônico deve ser de 6 a 7, pois em pH ácido quanto ao enxágüe não causa nenhum problema, porem em pH alcalino temos dificuldade no enxágüe; A roupa fica pegasoja; A roupa pode ficar amarelada; E trás problemas na calandra.

Lavagem a Seco

v O Processo

O processo de lavagem a seco compreende três operações básicas:

1º Remoção da sujeira do tecido;

2º Extração do solvente do tecido;

3º Remoção da sujeira do solvente.


Todas elas realizadas em uma única máquina, poupando tempo e espaço na lavanderia.

BENEFICIAMENTO DE PEÇAS CONFECCIONADAS

Beneficiamento do Jeans

a) Stonagem:

O processo de stonagem tem por objetivo proporcionar uma abrasão nas peças. Essa abrasão varia conforme o padrão desejado.

Através do grau de abrasão obtido é que se determinam os padrões comumente empregados no mercado, tais como: stone washed, super stone, destroyer, etc.

A stonagem pode ser obtida através da variação de abrasão, trabalhando com:

ü PEDRAS:

A stonagem com pedras se caracteriza pelo uso de pedras denominadas “argila expandida”. Essas pedras possuem a propriedade de flutuar em contato com água e proporcionam uma stonagem denominada física.
ü ENZIMAS:

As enzimas são uma inovação no processo de stonagem, elas trabalham através de um ataque na parte celulósica (algodão) do jeans, proporcionando um aspecto de stonagem.

ü PEDRAS + ENZIMAS:

A stonagem combinada entre pedras e enzimas é empregada normalmente em processos onde se necessita um grau de stonagem grande em um tempo menor de processo.

Álcalis

Este stone também chamado Stone Washed Químico é um processo de lavagem com o objetivo de trazer um desgaste às peças através da ação química do álcali, juntamente com ação física da máquina.


· Delavê – stone utilizando hipoclorito de sódio, cuja função é alterar a cor original do Índigo para tonalidades mais claras. As peças apresentam desbotamento e não envelhecimento.

· Stone Delavê – stone utilizando hipoclorito de sódio com pedras, cuja função é alterar a cor original do Índigo para tonalidades mais claras e trás um envelhecimento (desgaste).

· Stone Delavê Químico – stone utilizando hipoclorito de sódio com álcalis, cuja função é alterar a cor original do Índigo para tonalidades mais claras e trás um envelhecimento (desgaste) mais acentuado nas costuras.

· Star Washed ou stone americano – stone utilizando apenas pedras umedecidas em hipoclorito de sódio, eliminando a água, cuja função é alterar a cor original do Índigo para tonalidades mais claras, porém não em toda a peça e sim em pontos deixando-a toda salpicada.


Observação: Instalação de Used:

O used é um procedimento que visa o desgaste (clareamento) localizado nas peças. Este efeito pode ser obtido por produtos químicos ou abrasão. Os químicos mais utilizados são o hipoclorito de sódio ou permanganato de potássio em solução, aplicados com revólver de pintura. O efeito abrasivo é conseguido com lixas, escovas automáticas, areia.

Tingimento de Peças Confeccionadas

As lavanderias tem buscado permanentemente a qualidade e a inovação para fazer artigos com características únicas, que a maioria dos consumidores pode identificar como processos feitos em peças confeccionadas.
As classes de corantes mais utilizadas são: diretos, reativos, sulfurosos e pigmentos.

v Sujeiras e manchas

Pó:

Os grãos de pó mais grossos, se fixam sobre o tecido entre os fios de urdume e de trama. Estes grãos são facilmente eliminados pela ação mecânica de lavagem.

Os grãos menores penetram na fibra sendo mais difíceis de eliminar, deve-se neste caso, utilizar um produto que incha a fibra para facilitar sua eliminação (produtos alcalinos).

Suor:

A maior parte do suor é solúvel na água, contém alta porcentagem de cloreto de sódio, porém o suor contém igualmente ácidos orgânicos que só se transformam em sal solúvel em meio alcalino.

Gorduras Animais:

As gorduras animais contém ácidos orgânicos transformando-se em meio alcalino, em sais solúveis na água. Os outros compostos são dificilmente saponificáveis pelos elementos alcalinos dos produtos de lavagem. Pode-se, no entanto, emulsioná-los por matérias ativas, particularmente os aniônicos são bem eficientes (sais de sódio de ácidos graxos – sabões e de Dodecilbenzeno sulfonato de sódio – detergentes).

Gorduras e Óleos Vegetais:

Embora os compostos sejam quimicamente um pouco diferentes em relação às gorduras animais, o problema de lavagem é o mesmo e a maneira de proceder também.

Óleos Minerais:

Os óleos minerais não são saponificáveis. Eles podem ser emulsionados. Os produtos não iônicos são, neste caso, particularmente recomendados.

Estes óleos são estáveis à 100ºC e, portanto, torna-se inútil fazer uma pré-lavagem à frio, sendo preferível fazer duas ou três lavagens a temperatura elevada. Solventes também são excelentes para a remoção deste tipo de sujidade.

Metais e Óxidos Metálicos:

Estas manchas, quando em excesso, só podem ser eliminadas em meio ácido. Não se pode, portanto, obter bons resultados na lavagem, mesmo com produtos ricos em complexantes.



Proteínas e Albuminas: (sangue, ovo, molho, etc.)

A maior parte do sangue é solúvel em água fria, esta solubilidade é acrescida numa água contendo 9 g/l de sal de sódio (esta é a concentração do plasma).

O sangue contém albumina e uma grande porcentagem de ferro (principalmente pigmento do sangue), com a alta temperatura a albumina se coagula tornando-se insolúvel e fixando a mancha no tecido. Para eliminar o sangue, deve-se evitar a coagulação de albumina, para tanto deve-se fazer vários enxagues à frio, primeiramente.

Manchas Pigmentárias: (vinho, café, suco de frutas, fuligem, etc)

Estas manchas não podem ser eliminadas só pelas propriedades tensoativas dos produtos para lavagem, deve-se descolorar estas manchas, para tanto, utiliza-se o fenômeno de oxidação por perborato ou compostos que liberam o cloro.

Outras manchas pigmentárias são dificilmente eliminadas por oxidação, logo são facilmente eliminadas por redução, mas a técnica de redução não é utilizada na lavagem, portanto deve-se fazer um tratamento especial à parte (tratamento por redução).

Vimos aqui os tipos principais de sujeiras e manchas a serem eliminadas durante a lavagem, porém existem sujeiras e manchas que não são eliminadas deste modo. Deve-se, nestes casos, efetuar tratamentos especiais.

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